14 de ago 2025
Integração entre Japão, China e Coreia avança com instabilidade política de Trump
China, Japão e Coreia do Sul intensificam laços econômicos em resposta à instabilidade política dos EUA, buscando maior cooperação regional

Ministro do Comércio, Indústria e Energia da Coreia do Sul, Ahn Duk-geun (no centro), posa para uma foto com o Ministro da Economia, Comércio e Indústria do Japão, Yoji Muto (à esquerda), e o Ministro do Comércio da China, Wang Wentao (à direita), em reunião trilateral da economia. (Foto: Jung Yeon-je / AFP)
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A relação entre China, Japão e Coreia do Sul está se fortalecendo em meio à insegurança gerada pela administração de Donald Trump. Especialistas afirmam que, apesar das rivalidades históricas, os três países estão priorizando a cooperação econômica. A interação comercial entre eles é robusta, com a China exportando US$ 27,6 bilhões para Japão e Coreia do Sul e importando US$ 27 bilhões em maio de 2025.
A aproximação econômica não é um fenômeno recente, mas se intensificou desde o primeiro mandato de Trump, que resultou na saída dos EUA do acordo Transpacífico. Essa mudança abriu espaço para que os países asiáticos buscassem um acordo de cooperação econômica regional. Renato Peneluppi, advogado especializado em Administração Pública Chinesa, destaca que os três países reconhecem o potencial de mercado entre si, especialmente em um cenário onde a Europa e os EUA não oferecem o mesmo volume populacional e poder de compra.
Desconfianças Persistem
Apesar do fortalecimento das trocas comerciais, a relação política entre os países e os EUA permanece tensa. Marcos Caramuru, diplomata aposentado, observa que a segurança de Japão e Coreia do Sul ainda depende de Washington, devido às desconfianças em relação à China. A instabilidade política nos EUA, especialmente sob Trump, tem gerado incertezas e dificultado o diálogo com aliados.
A relação entre os países asiáticos e os EUA é marcada por tensões, como as tarifas impostas por Trump. Em julho de 2025, o presidente reduziu a tarifa de 25% para 15% sobre produtos do Japão e da Coreia do Sul, após acordos de investimentos significativos. Contudo, a política americana continua a ser vista como instável, o que pode reforçar a cooperação entre China, Japão e Coreia do Sul.
O Futuro das Relações
A longo prazo, a economia pode aprofundar os laços entre os três países, tornando um conflito menos desejável. Alexandre Uehara, doutor em Ciência Política, ressalta que, desde a Segunda Guerra Mundial, as relações econômicas entre Coreia do Sul e Japão se intensificaram. Embora as questões históricas ainda causem desconfiança, a busca por um antagonista comum, como os EUA, pode levar a uma maior aproximação.
A presença militar dos EUA na região, especialmente no Japão, e as tensões com a Coreia do Norte, que se alinha com a Rússia, continuam a gerar instabilidade. Peneluppi observa que Washington explora essas dinâmicas geopolíticas, enquanto Caramuru prevê que a China buscará maior hegemonia na região, reduzindo a influência militar americana.
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