- Refaat Alathamna, médico gazatí, viveu dois anos em Gaza, trabalhando no sistema de saúde em colapso, até conseguir evacuar com a ajuda de Mensajeros de la Paz e de Fesser.
- Chegou a Madrid nesta semana com a esposa, cinco filhos e um sexto a nascer; foi recebido pela ONG e relatou, em hotel, o horror vivido em Gaza, incluindo queda de serviços básicos e bombardeios diários.
- A situação econômica em Gaza era marcada por preços elevados de itens básicos, com relatos de um quilo de açúcar custando 200 euros e quase sete euros por um ovo.
- A mobilização para a saída incluiu a criação da ONG Hola Gaza, que levantou cerca de 30 mil dólares para viabilizar a entrada da família no Egito e, depois, para chegar a Espanha.
- Alathamna pretende continuar atuando como médico e buscar que seus filhos retomem os estudos, destacando impactos psicológicos nas crianças e a necessidade de apoio educacional; Fesser afirmou que houve atraso significativo na implantação de um cessar-fogo.
Refaat Alathamna, médico gazatí, chegou a Madrid nesta semana com a esposa e cinco filhos, acompanhados de um sexto a nascer. Foi recebido pela ONG Mensajeros de la Paz, que ajudou na saída da Faixa de Gaza. Em um hotel, ele descreveu o que viveu, destacando a evacuação difícil e a adaptação a uma nova vida.
Durante dois anos, o médico atuou no sistema de saúde de Gaza, fortemente impactado pelos conflitos. Ele relatou bombardeios diários, instalações sanitárias deterioradas e escassez de itens básicos, como água e alimentos. Preços abusivos foram citados como parte da rotina de sobrevivência.
Detalhes do resgate e situação atual
A ida de Alathamna foi viabilizada pela rede de apoio de ONG e voluntários, incluindo a cineasta espanhola Javier Fesser, que entrou em contato via redes e articulou o acolhimento da família em Madrid. Lorena Santana, trabalhadora da ONG, acompanhou o caso desde o início e afirma que a evacuação ocorreu após meses de trâmites. A família chegou com apoio financeiro e de logística para estabelecer moradia temporária.
Ainda em Gaza, o médico relatou perdas pessoais e familiares e destacou dificuldades contínuas para crianças que perderam familiares ou ficaram feridas. Questionado sobre mudanças desde o anúncio de cessar-fogo, ele reconheceu alguma melhoria na frequência de ataques, mas manteve a ressalva de que o bloqueio permanece. Ele espera retomar a prática médica e que os filhos voltem à escola, com apoio psicológico.