Em Alta NotíciasConflitoseconomiaFutebolrelações internacionais

Converse com o Telinha

Telinha
Oi! Posso responder perguntas apenas com base nesta matéria. O que você quer saber?
Entrar

Bucha: cansaço e pessimismo diante dos crimes de guerra russos

Fila de alistamento em Bucha expõe ceticismo, corrupção e dúvidas sobre o plano de paz de Trump, evidenciando fragilidade da liderança e incerteza histórica com a guerra

Telinha
Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Cristian Segura
0:00 0:00
  • Em Bucha, na rua Yablonska, resta apenas a lembrança de que forças russas seriam responsáveis por graves crimes em março de dois mil e vinte e dois; a maioria dos danos já foi reparada, e a única estrutura que remanesce ligada à guerra é a oficina de alistamento local.
  • Na fila para alistamento, homens relatam dúvidas sobre o serviço militar e citam corrupção; alguns recebem notificações para se alistar, mesmo trabalhando em atividades consideradas estratégicas pela lei.
  • O plano de paz proposto pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é alvo de negociações entre Kiev e Washington; de vinte e oito pontos originais, vinte e dois permanecem, enquanto outros deverão ser discutidos pelos dois líderes; a questão da amnistia para crimes de guerra é controversa.
  • Oposição a parte do acordo envolve segurança e possível retirada ucraniana de parte do território; entre os entrevistados, há desconfiança quanto à possibilidade de defesa de Ucrânia nos próximos anos sem garantias robustas dos aliados.
  • Diversos entrevistados expressam desunião interna, críticas à liderança e ceticismo sobre o curso da guerra; alguns destacam corrupção, dúvidas sobre a motivação militar e a necessidade de garantias de segurança para consolidar qualquer acordo de paz.

Relatos de Bucha revelam que a rua Yablonska, antes palco de atrocidades, hoje mostra sinais de normalidade apenas na esfera administrativa. Em março de 2022, mais de 450 civis foram mortos na cidade, que fica ao norte de Kiev. A ladeira da alistamento militar permanece como o único indicativo de que ainda há atividade ligada à guerra. A fila para atendimento reúne pessoas em situação delicada, com dúvidas sobre o serviço e o funcionamento de forças locais.

Entre os que aguardam, um jovem de 34 anos diz ter sido ferido recentemente por um ataque ao front na região de Dnipro. Mesmo diante das cicatrizes, ele afirma que não pode aceitar a ideia de anistia para os invasores, citando a gravidade dos crimes conforme dados internacionais. Outro jovem, de 25 anos, recebeu a convocação, mas trabalha em uma fábrica considerada estratégica, o que poderia enquadrá-lo em exceção. Ele relata desconfiança sobre a integridade das forças e a falta de motivação entre os soldados.

Plano de paz de Trump e condições de retirada

A discussão em torno do plano de paz do ex-presidente Donald Trump é tema central entre os entrevistados. O texto original continha 28 pontos, dos quais 22 permanecem em aberto para negociação entre Kyiv e Washington. Um ponto sensível envolve a possibilidade de Ucrânia abandonar processos por crimes de guerra, e outro trata da retirada parcial do território de Donetsk sob controle ucraniano. A expectativa é que o acordo inclua garantias de segurança robustas por parte de seus aliados.

Descolamento entre lideranças e a população aparece nas falas na fila. Proprietários de estabelecimentos locais relatam cansaço com a guerra e preocupação com desunião política que emergiu desde o início do conflito. A oposição à amnistia para crimes durante a guerra é frequente entre moradores que vivenciaram diretamente o período de ocupação. Adoção de garantias de defesa é citada como fator determinante para sustentar qualquer acordo de paz.

Desafios locais e confiança na liderança

Além das questões de segurança, a enchente de críticas recai sobre a gestão pública e a coordenação entre governo e aliados. Moradores destacam a percepção de corrupção dentro de esferas militares e políticas, e a dúvida sobre a capacidade de manter promessas de apoio externo. Muitos afirmam que, sem garantias tangíveis de proteção, a população não vê caminho claro para retroceder o conflito sem riscos continuados.

Entre os entrevistados, há relatos de perdas pessoais e de deslocamento. Alguns enfatizam que a população não pode aceitar sacrifícios contínuos sem resultados concretos em termos de estabilidade e segurança. Mesmo com a retomada de atividades locais, o pêndulo entre defesa, diplomacia e bem-estar civil permanece longo e incerto, com a guerra ainda marcando o cotidiano de Bucha.

Comentários 0

Entre na conversa da comunidade
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela; a responsabilidade é do autor da mensagem. Conecte-se para comentar

Veja Mais