- Documento chamado “Advisal” orienta crianças desacompanhadas a retornar voluntariamente aos seus países, sob ameaça de detenção prolongada e de consequências para familiares.
- O texto é apresentado a crianças ainda sob custódia da Alfândega e Proteção de Fronteiras nos primeiros dias, antes de qualquer encontro com familiares nos EUA, e sugere que o retorno evita consequências administrativas.
- O senador Ron Wyden classificou a prática como cruel e enganosa, dizendo que a política explora vulnerabilidades das crianças para avançar uma agenda de deportação em massa.
- Não há estimativa de quantas crianças foram afetadas, pois o número ainda não está claro.
- A CBP afirmou que o Advisal explica opções legais sob a lei de imigração e que, em alguns casos, retornar ao país de origem pode ser o caminho mais seguro.
Um documento federal, apresentado em um processo nos EUA, revela que oficiais da fronteira pressionam crianças desacompanhadas a voltarem para seus países de origem. O material, chamado Advisal, é entregue logo após a chegada, ainda sob custódia do CBP, antes de medidas de reunificação familiar.
O texto alerta que, ao manifestar medo de retornar ou buscar audiência com juiz de imigração, a criança pode enfrentar detenção prolongada e outras consequências. O sponsor no país, geralmente um familiar, também pode ser alvo de prisão ou deportação se não tiver status regular.
A divulgação ocorreu no âmbito de uma ação movida pelo NIJC e outras organizações, questionando a detenção de menores que completam 18 anos. A emissão do Advisal foi reportada pela imprensa investigativa como parte de uma revisão de políticas de fronteira.
Reações e desdobramentos
Senador Ron Wyden, democrata de Oregon, pediu a revogação da prática, chamando-a de cruel e enganosa. Ele afirma que o documento tenta intimidar crianças para abandonar direitos de proteção. Não há, até o momento, registro oficial sobre o total de afetadas.
A assessoria do CBP declarou que o Advisal expõe opções previstas pela lei de imigração e que a função é proteger crianças, oferecendo caminhos legais. A agência disse ainda que muitas podem ter sido trazidas por traficantes, tornando a orientação essencial.
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