- Documentos do gran jury, parte de arquivos recém-divulgados sobre Jeffrey Epstein, trazem novos detalhes sobre as táticas de Maxwell para atrair adolescentes para o seu círculo abusivo.
- Os relatos descrevem Maxwell como figura de convivência “normal”, atuando como uma irmã mais velha e dizendo que “isso é o que adultos fazem”, o que ajudava a acolher as vítimas.
- Testemunhas dizem que, no início do abuso, outras mulheres estavam presentes e Maxwell orientava as meninas sobre o que fazer, incluindo instruções para massagear Epstein.
- Os depoimentos apontam que Maxwell mantinha uma atitude casual, tentando manter o ambiente leve durante as situações de abuso e chegando a tocar em algumas vítimas.
- A divulgação ocorre em meio à busca de Maxwell por clemência e à avaliação de seu caso, com a defesa ressaltando que transcripts de gran jury não comprovam culpa nem explicam o contexto completo.
A nova leva de documentos divulgados pelo Departamento de Justiça reacende os relatos sobre as táticas de Ghislaine Maxwell para atrair garotas jovens para o círculo abusivo de Jeffrey Epstein. Os papéis judiciais de um caso federal em Manhattan descrevem como Maxwell teria normalizado comportamentos de grooming e orientado as vítimas sobre o que fazer.
Os depoimentos trazem relatos de uma mulher que disse ter sido abusada por Epstein ainda menor de idade. Segundo registro da polícia, a entrada inicial na casa de Epstein foi estranha, e Maxwell teria cultivado uma atmosfera de normalidade, atuando como uma figura de apoio para as vítimas.
Conforme o material, o abuso sexual teria começado com a presença de outras mulheres, incluindo Maxwell, com atividades que envolviam massagens e contatos corporais. A narrativa descreve Maxwell como alguém que dava impressão de normalidade e proximidade, o que contribuía para a sensação de pertencimento das vítimas.
As investigações indicam que o grau de violência aumentou com o tempo. O relato aponta que Maxwell incentivava comportamentos e interações entre Epstein e as garotas, direcionando-as sobre como agir e mantendo o clima de que aquilo era comum dentro do grupo.
Entre os casos citados, há menções a outras jovens, incluindo relatos de abusos em locais como o rancho no Novo México. Em depoimentos, Maxwell é descrita como tendo orientado massagens nos pés e participação de encontros sexuais em grupo, com instruções sobre como executar as ações solicitadas por Epstein.
Os documentos destacam ainda episódios durante saídas, como idas ao cinema, em que Maxwell supostamente mantinha o tom leve para reduzir a tensão do ambiente e facilitar a continuidade dos abusos. Em entrevistas, uma vítima relatou conversas com Maxwell sobre a vida familiar e sobre abusos na infância.
O material também aponta conflitos de memória e o papel limitado de Maxwell em entrevistas de décadas anteriores. Em 2007, por exemplo, uma testemunha não mencionou Maxwell, situação que foi comentada pelos investigadores como reflexo da dinâmica de depoimento e do momento processual.
Maxwell segue buscando uma possível redução de pena após ter sido condenada por tráfico sexual. O processo envolve questões de privacidade das testemunhas, bem como a veracidade de relatos apresentados em tribunais, com particionamento de informações ainda não comprovadas de forma conclusiva.
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