- Detalhes indicam que Gao Yingjia, pastor da Zion Church, foi detido após uma abordagem policial de madrugada; duas meses depois, ele está em um centro de detenção na província de Guangxi, sob acusação de “uso ilegal de redes de informação”.
- A operação mirou Zion e outras igrejas domésticas; mais de uma dúzia de líderes foram detidos e dezoito já foram formalmente presos, com longas sentenças previstas.
- Em wenzhou, mais de cem pessoas foram detidas em uma ação contra grupos cristãos, após atrito envolvendo a instalação de uma bandeira chinesa dentro de uma igreja local.
- A China intensificou o controle sobre encontros religiosos não autorizados, incluindo a proibição de sermões online por grupos não licenciados; Zion adotou modelo híbrido com cultos online e presenciais.
- Ação recebeu condenação internacional, com o secretary of state dos Estados Unidos, Marco Rubio, pedindo a libertação dos líderes e a garantia de atividades religiosas sem medo de retaliação.
Gao Yingjia, pastor sênior da Zion Church, e sua esposa Geng Pengpeng foram acordados a 2 da manhã por homens sem identificação que se apresentaram como policiais. O casal estava escondido na casa de um amigo em um subúrbio de Pequim. O filho do casal, quase seis anos, dormia no andar de cima.
Duas meses depois, Gao permanece em um centro de detenção na província de Guangxi, sul da China, sob a acusação de uso ilegal de redes de informação. A prisão faz parte da maior ofensiva contra cristãos desde 2018, gerando preocupação entre governos e organizações de direitos humanos.
A ação mobilizou dezenas de agentes e atingiu líderes de várias comunidades religiosas não oficiais. Mais de uma dúzia de pastores e membros foram presos, com dezoito deles formalmente detidos e sujeitos a penas longas.
No mesmo periodo, a organização Human Rights in China informou que mais de 100 pessoas foram detidas em Wenzhou, na província de Zhejiang, durante uma operação em grupos cristãos. O grupo indicou tensões ocorridas após um desacordo sobre a instalação da bandeira nacional em uma igreja local.
Contexto da operação e Zion Church
Jin Mingri, fundador da Zion Church, também conhecido como Ezra Jin, foi detido junto com Gao e outros quase 30 membros em outubro. Zion já operava de forma híbrida desde 2018, mesclando sermões online com encontros presenciais discretos.
Segundo analistas, o governo intensificou medidas após a repressão de outras comunidades e reformas religiosas anunciadas em 2018, incluindo regras que restringem cultos não licenciados online. A liderança chinesa também defendeu a sinicização das religiões.
Observadores apontam que a repressão mira amplamente as comunidades cristãs não autorizadas, com relatos de fechamento de filiais e interrogatórios motivados por questões administrativas e de segurança pública. O governo não respondeu a pedidos de comentário sobre o caso.
Geng Pengpeng, que elegeu permanecer na Tailândia para manter-se perto do marido ou buscar refúgio em outro país, descreve o dilema humano diante da situação. A família de Gao e Jin enfrenta um futuro incerto diante das detenções e das restrições de congregação fora do aparato estatal.
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