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Imagens raras do julgamento de general chinês que desafiou a repressão de Tiananmen vazadas online

Vídeo de seis horas do tribunal militar de Xu Qinxian vazado online oferece visão inédita da resistência e do dilema de lealdade ao PCC durante o Tiananmen

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Por Revisado por: Time de Jornalismo Portal Tela
The six-hour video of Xu Qinxian’s court martial hearing has been viewed more than 1.2m times online.
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  • Vídeo de seis horas do tribunal militar de Xu Qinxian, divulgado online por fonte não identificada, traz a primeira visão em primeira pessoa sobre a resistência dele a enviar tropas para Beijing em 1989.
  • Xu afirmou que se recusou a cumprir a ordem para não se tornar “um pecador na história” e disse que o episódio deveria ser resolvido politicamente.
  • A gravação levanta a debate sobre a cadeia de comando: Xu questionou se a decisão de impor a lei marcial poderia ter saído do Comitê Central de Militares, sugerindo que a matéria merecia discussão no parlamento.
  • A origem do vídeo é desconhecida; foi disponibilizado online recentemente e já acumula mais de 1,2 milhão de visualizações em uma conta do YouTube.
  • Xu Qinxian foi expulso do Partido Comunista, viveu no exílio e morreu em 2021 aos 85 anos.

Um vídeo raro de um tribunal militar chinês, que registra o testemunho do general Xu Qinxian, vazou online. O material mostra Xu explicando por que se recusou a enviar tropas para esmagar protestos estudantis em Tiananmen, em 1989. O vídeo tem cerca de seis horas de duração.

A gravação, de origem não identificada, chegou a plataformas de compartilhamento no mês passado e já acumula mais de 1,2 milhão de visualizações em um único canal. Wu Renhua, historiador ligado ao movimento de Tiananmen, divulgou o material sob condição de manter a fonte em sigilo.

Segundo Xu, então ao comando da 38ª Grupo de Exército, recebeu ordem em 18 de maio para implantar tropas em Beijing e impor a lei marcial. No julgamento, ele afirma ter apresentado uma reserva, dizendo que a situação exigia solução política, não militar.

Durante o vídeo, Xu relata ter informado seus superiores de que, caso a martial law falhasse, o responsável pela decisão “poderia tornar-se um santo no sentido histórico”, segundo a transcrição da sessão.

Essa narrativa reforça a percepção de que há ambiguidades no ambiente político interno da China durante o episódio. Historiadores destacam a importância de Xu questionar se a decisão poderia ter partido da Comissão Central Militar.

Ao longo dos anos, o Partido Comunista chinês reforçou o controle sobre o Exército, deixando claro que a força serve ao partido. Especialistas lembram que a lealdade da tropa permanece sob vigilância constante do poder central.

Xu Qinxian foi expulso do PCC, condenado a cinco anos de prisão e exilado de Beijing, onde viveu até falecer em 2021, aos 85 anos. O registro revela, segundo pesquisadores, um retrato inédito da posição de altos comandos diante do dilema entre lealdade e comando político.

A divulgação do vídeo reabre debate sobre o papel da liderança militar em decisões de grande impacto político na China. As informações são baseadas em relatos de pesquisadores que estudam o período de 1989 e as consequências do massacre de Tiananmen.

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