- Kristina Maria Gjerde, advogada e defensora dos oceanos, morreu em 26 de dezembro de 2024, aos 68 anos, vítima de câncer de pâncreas.
- Foi reconhecida como defensora de alto mar associada à União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e atuou na criação de coalizões como High Seas Alliance e Deep Sea Conservation Coalition.
- Contribuiu para o sucesso do Acordo BBNJ (2023), que regula a proteção de biodiversidade além das jurisdições nacionais.
- Ficou conhecida como a “mãe do alto mar” por transformar uma preocupação ambiental em obrigação de governança internacional e por sua capacidade de articular ciência, direito e diplomacia.
- Deixou um legado duradouro na governança das vias marítimas internacionais, com impacto em negociações e estruturas de proteção que perduram após sua atuação.
Kristina Maria Gjerde, advogada e defensora dos oceanos associada à IUCN, morreu em 26 de dezembro de 2024, aos 68 anos, vítima de câncer de pâncreas. Sua atuação abriu espaço para governança das vias marítimas internacionais e avanços no acordo BBNJ.
Conhecida como uma das principais arquitetas da proteção da biodiversidade além das jurisdições nacionais, Gjerde liderou coalizões como High Seas Alliance e Deep Sea Conservation Coalition. Seu trabalho ajudou a tornar o conceito de alta mares uma obrigação estratégica.
Ao longo da carreira, concentrou-se em equilibrar ciência, direito e política, buscando regras de precaução, avaliação e restrição, em vez de permitir a ausência de normas. Sua atuação ganhou reconhecimento internacional por ligar pesquisa a mecanismos de governança.
Legado e reconhecimentos
Gjerde foi fundamental para transformar avisos científicos em textos negociáveis, mantendo coalizões ativas mesmo diante de impasses diplomáticos. Projetos de longo prazo ganharam impulso com sua visão de processos contínuos.
Peter Thomson, enviado especial da ONU para o Oceano, descreveu sua atuação como calma e firme, destacando a dedicação em responsabilizar governos por áreas oceânicas além das fronteiras nacionais.
Marco do Acordo BBNJ
Sua atuação culminou na vigência do Acordo sobre Biodiversidade Além das Fronteiras Nacionais (BBNJ), adotado em 2023. O tratado, considerado um marco, teve continuidade a partir do trabalho de Gjerde e das coalizões que ela ajudou a consolidar.
Gjerde também lecionou direito marinho internacional, contribuindo para formar profissionais que entendem a prática institucional e a necessidade de paciência para mudanças duradouras. O texto do próximo marco, porém, não contará com sua presença.
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