- A eleição na República Centro-Africana ocorre com o presidente Faustin-Archange Touadéra buscando o terceiro mandato, em meio a um cenário de conflito contínuo e deslocamentos.
- O pleito é considerado uma “eleição quádrupla”: voto para a presidência, parlamento, além de cargos locais e municipais, com cerca de 2,3 milhões de eleitores registrados.
- Sete candidatos disputam a presidência, incluindo Anicet Georges Dologuélé e Henri-Marie Dondra, que tiveram aprovação do tribunal constitucional após terem sido inicialmente vetados.
- A lista de votantes foi publicada apenas online, o que levanta risco de exclusão de eleitores sem acesso à internet ou energia, alimentando rumores de boicote oposicionista.
- A Missão das Nações Unidas para a Stabilização na República Centro-Africana (Minusca) garante segurança e logística, em meio a tensões políticas e operacionais com tropas estrangeiras na região.
O presidente Faustin-Archange Touadéra concorre à reeleição pela terceira vez, em meio a uma eleição que inclui presidência, parlamento, governos locais e municipais. Aproximadamente 2,3 milhões de eleitores estão registrados para votar em todo o país. A votação é acompanhada por observadores que apontam incertezas sobre a lisura do processo.
Sete candidatos disputam a presidência, entre eles Anicet Georges Dologuélé e Henri-Marie Dondra, aprovados pelo tribunal constitucional após terem sido inicialmente barrados. Dologuélé foi vice do pleito anterior, em 2015 e 2020, e Dondra já ocupou cargo no governo sob Touadéra. A oposição busca capitalizar o descontentamento social.
A lista de eleitores foi publicada apenas online, gerando preocupações sobre disenfranchisement, já que muitas pessoas não têm acesso à internet ou energia elétrica. Há relatos de possível boicote de partidos de oposição, citando falhas no registro e na transparência do processo.
Contexto institucional e de segurança
As autoridades destacam que o país permanece em meio a violência e deslocamentos. Mais de meio milhão de pessoas estão deslocadas internamente, e um número equivalente vive como refugiado em países vizinhos. A presença da Missão da ONU para a Stabilização na República Centro-Africana (Minusca) e tropas de Ruanda situa-se como suporte logístico e de segurança.
Observadores apontam que houve avanços limitados na estabilidade desde a assinatura de um acordo de paz com dois grandes grupos rebeldes, em 2019. Analistas destacam, ainda, que a evolução permanece frágil e dependente de cooperação regional e do controle de fronteiras com Chade e Camarões, além do fortalecimento institucional.
Em Nzila, região periférica de Bangui, houve evacuações e ativação de forças estrangeiras para operações ligadas à gestão de pastagens. Episódios acentuam tensões políticas locais e o debate sobre o papel de potências estrangeiras no controle de recursos e segurança interna.
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