Na semana passada, o governo de Donald Trump anunciou uma ordem executiva visando a redução da força de trabalho federal nos Estados Unidos, que atualmente conta com mais de 2 milhões de servidores. A medida, liderada por Elon Musk, o “czar da eficiência”, pode resultar em centenas de milhares de demissões e reflete uma tentativa […]
Na semana passada, o governo de Donald Trump anunciou uma ordem executiva visando a redução da força de trabalho federal nos Estados Unidos, que atualmente conta com mais de 2 milhões de servidores. A medida, liderada por Elon Musk, o “czar da eficiência”, pode resultar em centenas de milhares de demissões e reflete uma tentativa de remodelar o Estado americano. Essa abordagem de atacar o funcionalismo público é semelhante a ações de líderes autocráticos, como Viktor Orbán, que em 2010 retirou proteções aos servidores na Hungria.
Carlos Gustavo Poggio, professor de Relações Internacionais, destacou que o funcionalismo público traz estabilidade a um sistema político. Líderes populistas, como Jair Bolsonaro, também adotaram estratégias semelhantes, exonerando milhares de servidores e preenchendo cargos com aliados. Thiago Oliveira, do Observatório Político dos EUA, observou que a tentativa de Trump de enfraquecer os sistemas de controle é uma característica de governos autoritários, que buscam eliminar barreiras burocráticas e se alinhar com a elite econômica.
Trump, que já tinha laços com grandes conglomerados, intensificou essas relações, especialmente com as big techs. A influência de Musk no governo é vista como um fenômeno inédito, onde o poder econômico se entrelaça com o político, semelhante a estratégias de líderes como Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan. A relação próxima entre bilionários e o governo pode levar a uma autocensura em certos setores, embora a liberdade de expressão nos EUA ainda represente um obstáculo a uma repressão total.
Além disso, Trump não apenas reproduz políticas, mas também inspira líderes em outros países, como Javier Milei na Argentina, que se afastam das instituições tradicionais. A polarização política nos EUA e em outras nações reflete uma crescente insatisfação com o sistema bipartidário, evidenciada por pesquisas que mostram altos índices de aprovação para líderes populistas. Cada decreto assinado por Trump simboliza essa mudança de paradigma, que desafia o consenso político estabelecido.
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