Brasil enfrenta pressões dos EUA enquanto Bolsonaro complica negociações sobre tarifas
Governo brasileiro busca apoio do Congresso para ajudar exportadoras afetadas por tarifas dos EUA, enquanto negociações comerciais avançam

O governo Trump quer convencer o Brasil a reduzir a tarifa de importação do etanol, hoje de 18% (Foto: Brenno Carvalho)
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O governo Lula enfrenta um cenário desafiador nas negociações comerciais com os Estados Unidos, especialmente após o aumento das tarifas sobre produtos brasileiros, que saltaram de 10% para 50% durante a administração de Donald Trump. Recentemente, o vice-presidente Geraldo Alckmin solicitou ao Congresso agilidade na aprovação de medidas que visam apoiar as exportadoras impactadas por essas tarifas.
A Casa Branca já apresentou uma lista de demandas que pretende discutir em futuras negociações, que incluem questões como a importação de etanol e a distribuição de filmes no Brasil. O governo brasileiro, por sua vez, deixou claro que não aceitará que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro seja parte das conversas. Alckmin, em visita a Brasília, enfatizou a importância de uma resposta rápida do Legislativo, mencionando um pacote de ajuda de R$ 9,5 bilhões para as exportadoras.
Demandas Americanas
Entre as queixas dos EUA, destaca-se a alta tarifa de 18% sobre o etanol brasileiro e a cobrança de 19,5% de IPI sobre bebidas alcoólicas, como o uísque americano. Além disso, os EUA buscam maior acesso a produtos como carne suína e querem facilitar a exibição de filmes estrangeiros no Brasil, que atualmente enfrenta altos tributos.
O embaixador José Alfredo Graça Lima, do Centro Brasileiro de Relações Internacionais, expressou surpresa pela falta de concessões nas negociações antes da imposição das tarifas. Ele acredita que algumas demandas americanas são razoáveis e poderiam ser discutidas, enquanto outras são menos relevantes.
Estratégias e Desafios
A resistência do governo Trump a pleitos brasileiros pode exigir concessões significativas por parte do Brasil. O governo brasileiro planeja enviar um relatório a Washington para evitar novas punições por práticas comerciais desleais. O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil, José Augusto de Castro, criticou a postura dos EUA, afirmando que não buscam um acordo justo.
A questão do desmatamento também pode ser utilizada pelos EUA para justificar as tarifas, mesmo que Trump não demonstre interesse em causas ambientais. A politização do comércio entre os dois países se torna evidente, com acusações de que o Brasil estaria agindo contra os interesses americanos.
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