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Movimentos culturais resgatam a história da escravidão na Liberdade

Movimento dos Aflitos luta pela preservação da Capela dos Aflitos e memória histórica da Liberdade, com reabertura prevista para 2026

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Capela dos Aflitos em um beco sem saída, com céu azul e cabos de fiação elétrica. A capela está bloqueada por um tapume com mural em preto e vermelho, enquanto carros estão estacionados e pessoas observam ao redor (Foto: Reprodução)
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  • O Movimento dos Aflitos atua na preservação da memória histórica do bairro da Liberdade, em São Paulo.
  • Composto por mais de setenta entidades, o movimento promove ações educativas e caminhadas pedagógicas.
  • A Capela dos Aflitos, último vestígio do antigo Cemitério dos Aflitos, está fechada para restauração e deve reabrir em 2026.
  • O professor Wesley Vieira, membro da União dos Amigos da Capela dos Aflitos (Unamca), pesquisa a história do local e educa sobre seu valor.
  • Um sítio arqueológico foi descoberto em 2018 próximo à Capela, e um Memorial dos Aflitos está previsto, mas sem data de inauguração definida.

No coração da Liberdade, em São Paulo, o Movimento dos Aflitos se destaca na preservação da memória histórica do bairro, que abriga comunidades negras e indígenas. Composto por mais de setenta entidades, o movimento luta contra o apagamento da história local, promovendo ações educativas e caminhadas pedagógicas. O foco central é a Capela dos Aflitos, último vestígio visível do antigo Cemitério dos Aflitos, que sepultou escravizados entre os séculos 18 e 19.

A Capela, localizada em uma rua sem saída, está fechada para restauração, com previsão de reabertura apenas em 2026. O professor Wesley Vieira, que pesquisa a história do local, destaca que a sobrevivência da Capela é resultado da resistência cultural e religiosa da comunidade. Vieira, membro ativo da União dos Amigos da Capela dos Aflitos (Unamca), utiliza sua pesquisa para educar sobre a importância do patrimônio histórico.

A dissertação de Vieira, intitulada Ecos da Liberdade, analisa como as memórias negro-indígenas são geridas e preservadas. Ele aponta que a modernização urbana tem ameaçado essas memórias, mas a comunidade continua a resistir. O Cemitério dos Aflitos, desativado em 1858, nunca passou pelo ritual de dessacralização, o que significa que os remanescentes humanos ainda estão sob o solo da Liberdade.

Em 2018, a demolição de um sobrado próximo à Capela revelou um sítio arqueológico com restos humanos da época da escravidão. O terreno será transformado em um Memorial dos Aflitos, embora a inauguração ainda não tenha data definida. A luta pela valorização da história local é um esforço contínuo, refletindo a resistência das comunidades que habitam a Liberdade.

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