- O juiz federal decidiu que Donald Trump agiu ilegalmente ao cortar fundos da Universidade de Harvard.
- Os recursos, destinados à pesquisa biomédica, devem ser restaurados.
- O filósofo Michael J. Sandel destacou a importância da decisão para a liberdade acadêmica e criticou a tentativa de Trump de impor uma visão ideológica sobre a educação.
- Durante visita ao México, Sandel expressou preocupação com o clima de medo entre estudantes internacionais, especialmente após tentativas de restringir vistos.
- Sandel também criticou a abordagem de Trump nas relações exteriores, defendendo que a verdadeira liberdade deve incluir justiça e igualdade.
O filósofo Michael J. Sandel, conhecido por suas reflexões sobre justiça e igualdade, se manifestou sobre a recente decisão de um juiz federal que considerou ilegal o corte de fundos da universidade de Harvard por Donald Trump. O juiz determinou que os recursos, destinados principalmente à pesquisa biomédica, devem ser restaurados. Sandel destacou a importância dessa decisão para a liberdade acadêmica, afirmando que a ação de Trump vai além de questões financeiras, buscando impor uma visão ideológica sobre a educação.
Durante sua visita ao México, onde participou de eventos na Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) e no Instituto Tecnológico de Monterrey, Sandel expressou preocupação com o clima de medo e incerteza entre os estudantes, especialmente os internacionais. Ele observou que, embora a primeira tentativa de Trump de restringir vistos para estudantes de Harvard tenha sido barrada, a insegurança persiste.
Sandel criticou a abordagem de Trump nas relações exteriores, descrevendo-a como uma tentativa de intimidação em vez de cooperação. Ele elogiou os esforços do México em lidar com as táticas de pressão do governo americano, ressaltando que a colaboração deve ser baseada no respeito mútuo e na soberania.
O filósofo também abordou a manipulação do conceito de liberdade por líderes populistas, como Trump e Bolsonaro. Para Sandel, a liberdade dissociada de justiça e igualdade resulta em uma visão empobrecida, reduzindo-a a uma mera liberdade de consumo. Ele defendeu que a verdadeira liberdade requer uma participação significativa dos cidadãos na governança.
Sandel concluiu que a solução para os desafios atuais não reside apenas em argumentos econômicos, mas na necessidade de uma nova política que reconheça a importância da comunidade nacional e da solidariedade. Ele enfatizou que instituições educacionais, como Harvard, têm um papel crucial na formação de cidadãos capazes de engajar-se em debates cívicos e promover um bem comum.