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Progressistas europeus devem enfrentar crise habitacional para frear a direita

Coalizão de centro-esquerda pode ampliar apoio ao enfrentar a crise habitacional da UE; se ignorada, eleitores descontentes migram ao extremismo.

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Demonstrators in Lisbon protesting about rising rents and house prices across Portugal in 2024. Photograph: SOPA Images Limited/Alamy
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  • A crise habitacional na União Europeia é apontada como fator central do custo de vida e das escolhas eleitorais, com preços de imóveis e aluguéis em alta.
  • Dados do Eurobarômetro de 2023/2024 indicam que moradia foi o principal componente das preocupações de eleitores na mais recente eleição europeia.
  • Pesquisadores dizem que o centro-esquerda pode conquistar apoio amplo ao enfrentar a crise com soluções reais, redefinindo a propriedade e ampliando o acesso a moradias estáveis.
  • Entre 2015 e 2023, os preços médios de moradia na UE subiram quase cinquenta por cento e os aluguéis quase vinte e cinco por cento; moradia representa cerca de vinte por cento da renda familiar, com variações entre países.
  • Alertam que ignorar o problema pode favorecer a esquerda radical, enquanto políticas que enxerguem a moradia como infraestrutura pública podem reduzir desigualdades e atrair eleitores.

O debate sobre moradia na União Europeia ganhou força como problema central de custo de vida e de decisão eleitoral, segundo análises recentes. Dados indicam que o preço de imóveis e os aluguéis respondem pela maior parte das despesas das famílias, influenciando as escolhas de voto nas eleições europeias de 2024.

Pesquisadores apontam que o centro-esquerda pode ampliar apoio ao oferecer soluções reais para a crise habitacional. Ignorar a situação, dizem, pode empurrar eleitores descontentes para partidos de direita radical. A narrativa sugere tratar a moradia como infraestrutura pública essencial e como patrimônio social.

Relevância e dados

Estudos destacam que, em duas décadas, o preço médio de imóveis na UE subiu quase 50% e os aluguéis, cerca de 25%. Entre 2015 e 2023, os custos de moradia em grandes cidades europeias aumentaram cerca de 50%. A parcela da renda familiar destinada à moradia fica em torno de 20% na UE, com variações significativas entre países.

Regan, professor da University College Dublin, defende redefinir a posse de moradia como segurança de longo prazo para famílias de baixa e média renda, em vez de veículo de ganho especulativo. Segundo ele, é preciso complementar, não excluir, o aluguel público e sem fins lucrativos.

Desafios de implementação

A proposta envolve mudanças em sistemas de hipotecas para viabilizar a aquisição acessível sem fomentar a especulação. O objetivo é tornar a moradia estável, acessível e menos sujeita a oscilações de mercado, fortalecendo a construção de uma coalizão eleitoral mais ampla.

Especialistas alertam que o desdobramento político depende de uma mudança de narrativa. A moradia seria vista como infraestrutura pública, o que pode redefinir desigualdades e ampliar o apoio ao centro-esquerda em toda a UE.

Risco de polarização

Regan aponta que, sem ações concretas, o tema pode impulsionar o apoio a forças populistas entre regiões com estagnação de preços ou alta valorização de aluguel. Pesquisadores da área destacam que a “moradia como patrimônio” pode ampliar divisões entre classes e o sentimento de desamparo de jovens e trabalhadores de renda baixa.

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