- Giuliano da Empoli, escritor italiano, afirmou em Madrid, no World In Progress, que há uma aliança entre líderes autoritários e grandes plataformas para ampliar o poder e buscar impunidade.
- A proposta é uma regulação europeia ambiciosa, voltada a conter a influência das plataformas e proteger o espaço de debate público.
- O pensamento aponta para fortalecer instituições, tornar transparentes os algoritmos e promover uma economia digital que respeite direitos fundamentais e a coesão social.
- O autor destaca que, sem regulação, o ecossistema digital pode ampliar o poder de certos líderes, citando exemplos como Donald Trump.
- A ideia central é construir um modo europeu de governança digital, com regras claras e equilibradas entre liberdade, segurança e responsabilidade.
Giuliano da Empoli, sociólogo e escritor italiano, falou nesta quarta-feira em Madrid sobre a relação entre regimes autoritários, grandes plataformas tecnológicas e o impacto na democracia liberal. A palestra ocorreu durante o evento do World In Progress, organizado pelo EL PAÍS, com participação de representantes da política, cultura e economia. Da Empoli criticou a aliança entre líderes nacional-populistas e CEOs de tech, e defendeu uma regulação europeia ambiciosa para conter o poder das plataformas.
Segundo o pensador, a chamada colusão perfeita envolve líderes que buscam reduzir a fiscalização e um ecossistema digital que favorece engajamento a qualquer custo. Ele argumenta que essa dinâmica permite aos depredadores políticos manterem o controle mesmo diante de críticas e regras. Em Madrid, Da Empoli enfatizou a necessidade de fortalecer instituições e aumentar a transparência de algoritmos para proteger o espaço público democrático.
Proposta europeia para a governança digital
Da Empoli apresentou um conjunto de medidas para a União Europeia, incluindo regras mais estritas sobre atuação das plataformas, junto com mecanismos de supervisão independentes. A ideia é criar um ambiente em que a regulação seja coerente e europeizada, visando reduzir o poder de influência de grandes empresas tecnológicas sobre o debate público. Entre as interlocuções em Madrid, estuvieron presentes nomes como a ministra da Defesa Margarita Robles, o ex-chanceler Josep Borrell e a ex-vicepresidente Soraya Sáenz de Santamaría, além do presidente do Grupo PRISA, Joseph Oughourlian.