- O presidente Faustin-Archange Touadéra concorre a um terceiro mandato, em eleições nacionais na República Centro-Africana realizada em Bangui.
- Touadéra destaca ganhos de segurança com apoio de mercenários russos e tropas de Ruanda; o governo também oferece acesso a reservas de lítio e urânio.
- A eleição ocorre sob críticas de opositores sobre manobras administrativas que dificultam candidaturas de adversários, que disputam com Touadéra o controle do governo.
- Além da presidencial, há votos para legislativo, regional e municipal; resultados provisionais devem sair até 5 de janeiro, com segundo turno possível em 15 de fevereiro.
- Analistas veem alto risco de agitação após a votação, mesmo com avanços de paz e suspensão de embargo de armas e de diamantes pela ONU.
Central African Republic vota neste domingo enquanto Faustin-Archange Touadera concorre a um terceiro mandato, em meio a avanços de segurança atribuídos ao apoio de mercenários russos e soldados ruandeses. O país realiza eleições nacionais, com foco em presidencial, legislativa, regional e municipal.
Touadera, de 68 anos, é matemático de formação e busca ampliar seu mandato após um referendo constitucional em 2023 que eliminou o limite de mandatos. Críticos argumentam que a manobra pode permitir governar por longos períodos.
O candidato favorito aparece diante de uma oposição de seis nomes, liderada por Anicet-Georges Dologuèle e Henri-Marie Dondra, ex-primeiros ministros que contaram com dificuldades para entrar na disputa, segundo relatos locais.
A atuação de forças estrangeiras é parte do contexto. Desde 2018, a República Centro-Africana recebeu apoio de mercenários russos da Wagner. Em 2020, a presença de tropas ruandesas ajudou a manter a ordem durante as eleições.
As autoridades destacam que o país permanece mais estável após acordos com rebeldes neste ano. Ainda assim, analistas alertam que a desarmonia não está totalmente solucionada e a insegurança persiste na região leste, com incursões de combatentes vizinhos.
Além da presidencial, o pleito abrange eleições legislativas, regionais e municipais. Resultados provisórios são esperados até 5 de janeiro. Se nenhum candidato obtiver mais de 50% dos votos, há segundo turno previsto para 15 de fevereiro.
Especialistas indicam que um processo eleitoral sereno pode sustentar a narrativa de retorno da estabilidade, respaldada pelo Conselho de Segurança da ONU, que suspendeu parcialmente embargos a armas e diamantes no último ano.
O desfecho também é observado com atenção internacional. A disputa ocorre num momento em que potências discutem o papel de segurança e recursos naturais do país, incluindo reservas de ouro, diamante, lítio e urânio.
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