- Megaoperação interestadual, na manhã desta quinta-feira, mira o Grupo Refit, com alvo a 190 empresas e pessoas em seis estados e no Distrito Federal.
- São cumpridos 126 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de bens e bloqueio de R$ 8,9 bilhões; a Receita Federal busca indisponibilizar R$ 1,2 bilhão.
- As autoridades investigam organização criminosa ligada a fraude fiscal estruturada de ICMS, lavagem de dinheiro e uso de laranjas para ocultar patrimônio.
- O prejuízo estimado ao estado de São Paulo sozinha supera R$ 9 bilhões entre 2007 e 2024; grupo atua nacionalmente, com núcleo no Rio de Janeiro.
- A ação é fruto do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (CIRA-SP), em parceria com a Receita Federal e a Procuradoria da Fazenda Nacional.
Na manhã desta quinta-feira (27), a Polícia Federal e o Ministério Público de São Paulo deflagraram a megaoperação Poço de Lobato contra o Grupo Refit, ligado ao setor de combustível. A ação envolve 190 empresas e pessoas, em seis estados e no Distrito Federal, com 126 mandados de busca e apreensão, sequestro de bens e bloqueio de valores. O objetivo é combater possível organização criminosa e crimes contra a ordem econômica e tributária, especialmente fraude fiscal estruturada de ICMS.
O MPSP coordena as informações junto à Receita Federal e à Procuradoria da Fazenda Nacional, por meio do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (CIRA-SP). Segundo as autoridades, o grupo seria um dos maiores devedores de ICMS em São Paulo e também figura entre os maiores devedores de tributos federais, com atuação nacional e núcleo no Rio de Janeiro.
Ao todo, mais de 621 agentes cumprem 126 mandados em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Maranhão. A investigação aponta que o Refit utilizava uma complexa rede de interpostas pessoas, holdings e offshores para ocultar patrimônio e deslocar recursos, com movimentação financeira bilionária em um curto período.
Dados da apuração indicam que o prejuízo ao fisco paulista superou R$ 9 bilhões entre 2007 e 2024. A Receita Federal reconhece vínculos com operações relacionadas à denominada Carbono Oculto, ocorrida em 2025, ampliando o escopo da fiscalização.
Em paralelo, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional busca indisponibilizar R$ 1,2 bilhão pertencentes ao grupo investigado, reforçando o esforço conjunto para bloqueio de ativos. As autoridades não indicam o andamento das investigações, mantendo o caráter preparatório da operação e a continuidade das diligências.