Facções PCC e CV rompem trégua e voltam a declarar guerra entre si no Brasil

As facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV) encerraram a trégua anunciada em fevereiro de 2025. O rompimento foi confirmado por comunicados separados das facções e por advogados que representam membros do CV. A aliança visava reduzir a violência e os custos da guerra entre os grupos, mas divergências internas e práticas violentas do CV levaram ao fim do acordo.

Desde o início da semana, mensagens, conhecidas como "salves", foram interceptadas por investigadores, indicando a declaração de guerra entre as facções. O promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), afirmou que o rompimento se deve a rixas locais que inviabilizaram a trégua. Enquanto o PCC possui uma estrutura hierárquica rígida, o CV opera com lideranças regionais autônomas, dificultando a implementação de acordos.

O PCC declarou que a trégua tinha como objetivo salvar vidas e que não aceita práticas que ferem a ética do crime. O CV, por sua vez, anunciou que não mantém mais qualquer aliança com o PCC e reforçou a proibição de assassinatos de inocentes. O promotor Gakiya destacou que a falta de aval do líder do CV, Márcio dos Santos Nepomuceno, conhecido como Marcinho VP, pode ter contribuído para o fim da trégua.

A ruptura foi pacífica, mas as tensões aumentaram, especialmente em estados como Mato Grosso do Sul e Acre, onde a trégua teve reflexos positivos na segurança pública. Em outros estados, como Ceará e Bahia, a guerra entre as facções continuou sem interrupções. A situação evidencia a complexidade do cenário do tráfico de drogas no Brasil, onde interesses territoriais e rivalidades locais prevalecem.