30 de abr 2025
Policiais militares negociam com traficante do Complexo do Alemão em escândalo revelado
Policiais da UPP Nova Brasília negociavam com o traficante Fhillip Gregório, o Professor, em troca de favores. A PF revela diálogos que expõem a relação promíscua entre crime e polícia no Complexo do Alemão.
No início do ano, polícias Civil e Militar e Ministério Público deflagraram operação no Complexo do Alemão, núcleo financeiro do Comando Vermelho (Foto: Gabriel de Paiva/Agência O Globo)
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Mensagens reveladas pela Polícia Federal mostram a relação entre policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Nova Brasília e o tráfico de drogas no Complexo do Alemão. As gravações, obtidas com autorização judicial, indicam que oficiais da PM negociavam diretamente com Fhillip da Silva Gregório, conhecido como Professor, chefe do tráfico local. As conversas, que ocorreram em 2022, revelam acordos sobre patrulhas e a retirada de blindados da favela.
A Operação Dakovo, deflagrada em dezembro de 2023, expôs a subordinação da polícia ao crime organizado. Em um diálogo, o comandante da UPP informou ao traficante sobre sua transferência para Manguinhos e garantiu que o novo major manteria os acordos com o tráfico. O comandante elogiou a gestão de Professor, reconhecendo sua liderança na região.
Professor também solicitou a retirada de um blindado da favela, alegando que sua presença atrapalhava o tráfico. O pedido foi atendido. A Secretaria de Polícia Militar do Rio de Janeiro não confirmou se os oficiais envolvidos foram afastados e afirmou que a Corregedoria ainda não foi notificada sobre a investigação da Polícia Federal.
Além disso, a Polícia Federal desmantelou uma rede de tráfico de armas que operava entre a Europa e a América do Sul. A investigação revelou que cerca de R$ 1,2 bilhão foram movimentados em três anos, com a importação de armas para facções criminosas brasileiras. A operação resultou em 67 apreensões em dez estados brasileiros.
As mensagens interceptadas expõem a relação promíscua entre o tráfico e a polícia. Professor, foragido desde 2018, é considerado um dos principais responsáveis pela compra de armas utilizadas pelo Comando Vermelho. A Polícia Militar do Rio de Janeiro anunciou que investigará as denúncias com rigor e transparência.
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