26 de mai 2025
Facções criminosas utilizam empresas para fraudar licitações e infiltrar-se no Estado
Facções criminosas estão usando empresas para concorrer em licitações e infiltrar se no Estado, alerta promotor sobre "pejotização do crime".
Armas apreendidas durante uma das operações contra o crime organizado em São Paulo. (Foto: Divulgação/SSP)
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O promotor Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo, alertou sobre a infiltração de facções criminosas em setores públicos, utilizando empresas para lavagem de dinheiro e concorrência em licitações. O fenômeno, denominado de "pejotização do crime organizado", foi discutido durante o 2º Seminário Internacional de Segurança Pública, promovido pelo Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (Iree) e pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP).
Gakiya, especialista em PCC (Primeiro Comando da Capital), destacou que dezenas de empresas ligadas ao crime organizado são criadas diariamente. Ele citou a Operação Fim da Linha, que revelou o envolvimento de empresas de transporte, como UPBus e Transwolff, com o PCC. Essas empresas transportavam 700 mil passageiros por dia e receberam R$ 800 mil dos cofres municipais.
O promotor questionou como indivíduos envolvidos com organizações criminosas internacionais, como a máfia italiana 'Ndranghetta, podem controlar empresas de ônibus em São Paulo. Ele ressaltou que o PCC não se limita a lavar dinheiro, mas busca lucros às custas do Estado. A gestão da Prefeitura de São Paulo anunciou a rescisão dos contratos com as empresas investigadas.
Projeto Antimáfia
Durante o seminário, Gakiya defendeu um projeto de lei antimáfia para combater organizações criminosas mais sofisticadas. Ele argumentou que essas entidades, que corrompem autoridades e se infiltram em serviços públicos, devem ser enfrentadas de maneira diferente das facções tradicionais. O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, confirmou que um grupo de trabalho está discutindo o projeto.
Rodrigues destacou que, em 2022, a Polícia Federal apreendeu R$ 6,4 bilhões de organizações criminosas, incluindo dinheiro e bens. O presidente do Iree, Walfrido Warde, sugeriu a criação de uma agência antimáfia no Brasil como parte do projeto de lei em discussão.
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