03 de mai 2025
Percepção de risco das mudanças climáticas cresce entre brasileiros, aponta Datafolha
Cresce para 9% o número de brasileiros que negam riscos das mudanças climáticas, enquanto 53% veem o problema como imediato.
Rodovia inundada durante as chuvas de maio do ano passado no Rio Grande do Sul (Foto: Nelson ALMEIDA / AFP)
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A mais recente pesquisa do Datafolha, divulgada em primeiro de maio de 2025, revelou que nove por cento dos brasileiros não acreditam nos riscos das mudanças climáticas, um aumento em relação a cinco por cento em junho de 2024. O levantamento, realizado entre os dias oito e onze de abril, ouviu duas mil e duas pessoas em 113 municípios de todas as regiões do Brasil. Cinquenta e três por cento dos entrevistados consideram as mudanças climáticas um risco imediato, uma leve queda em comparação aos sessenta por cento registrados em outubro de 2024.
A pesquisa mostra que a percepção de risco é alta, com oitenta e oito por cento dos brasileiros afirmando que as alterações climáticas representam uma ameaça, seja imediata ou para gerações futuras. Apesar do crescimento do negacionismo, que subiu de cinco por cento em junho para nove por cento agora, a maioria da população ainda reconhece a gravidade da situação.
Diferenças Regionais
A percepção dos riscos climáticos varia entre as regiões. No Sul, cinquenta e sete por cento dos entrevistados veem as mudanças climáticas como um perigo iminente, seguidos por cinquenta e seis por cento no Sudeste. No Centro-Oeste e Norte, essa porcentagem cai para cinquenta por cento, enquanto no Nordeste é de quarenta e nove por cento. Entre os moradores de capitais, cinquenta e nove por cento consideram o tema urgente, em contraste com quarenta e nove por cento nas áreas rurais.
Os especialistas destacam que a maioria da população está ciente dos riscos, o que pode facilitar a implementação de políticas públicas voltadas à mitigação das mudanças climáticas. A pesquisa também indica que trinta e cinco por cento dos entrevistados acreditam que as alterações climáticas afetarão as gerações futuras, uma queda em relação a quarenta e três por cento em junho de 2024.
Impacto das Tragédias Ambientais
Os dados da pesquisa foram influenciados por eventos climáticos extremos recentes, como as enchentes no Rio Grande do Sul em 2024. Especialistas afirmam que a memória desses desastres ainda está presente na população, o que contribui para a percepção de risco. Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, ressalta que o aumento do negacionismo, embora pequeno, é preocupante e reflete a necessidade de uma comunicação eficaz sobre os riscos climáticos.
A pesquisa do Datafolha evidencia que, apesar do crescimento do negacionismo, a maioria dos brasileiros continua preocupada com as mudanças climáticas, o que deve ser um alerta para os governantes e tomadores de decisão, especialmente com a COP30 se aproximando.
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