AfD conquista segundo lugar nas eleições e se torna força influente na política alemã

A Alemanha enfrenta uma nova realidade política com o fortalecimento do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), que se consolidou como a segunda maior força nas eleições recentes, após dobrar seu apoio desde 2021, alcançando 20,6% dos votos. O partido, que historicamente foi marginalizado, agora se torna um ator significativo no Bundestag, especialmente em regiões do leste, onde já tinha forte presença, mas também conquistou apoio no oeste, como em Gelsenkirchen e Kaiserslautern.

O líder da União Democrata Cristã (CDU), Friedrich Merz, que deve se tornar o próximo chanceler, declarou vitória e criticou a interferência dos EUA nas eleições, comparando-a a ações da Rússia. A AfD, que surgiu em 2013 em resposta a políticas da Eurozona, agora é a maior oposição, forçando os partidos tradicionais a reconsiderar suas abordagens em questões sensíveis, como imigração.

A ascensão da AfD reflete uma tendência mais ampla na Europa, onde partidos de extrema direita estão ganhando força. Especialistas alertam que a presença da AfD no parlamento permitirá que o partido pressione os principais partidos a abordar questões que antes eram evitadas. A possibilidade de um colapso do chamado "firewall" — um acordo informal entre partidos tradicionais para isolar a AfD — é uma preocupação crescente, especialmente após declarações de líderes da AfD sobre a intenção de derrubar essa barreira.

Merz enfrenta o desafio de formar um novo governo enquanto tenta reposicionar a CDU, que se distanciou das políticas liberais de Angela Merkel. A tentativa de reverter a CDU para a direita pode fortalecer a AfD, ao mesmo tempo que aliena eleitores centristas. A construção de coalizões pode ser complicada, especialmente com os Social-Democratas (SPD), que ficaram em terceiro lugar. A pressão externa, incluindo apoio de figuras como Elon Musk e o vice-presidente dos EUA, JD Vance, também influencia o cenário político, destacando a necessidade de uma Alemanha forte e independente na Europa.