11 de mar 2025
Groenlândia realiza eleições que podem acelerar busca por independência da Dinamarca
A Groenlândia realiza eleições que podem acelerar sua independência da Dinamarca. A influência de Donald Trump nas eleições gera reações diversas entre os groenlandeses. A ilha possui recursos minerais valiosos, atraindo o interesse dos EUA. A dependência econômica da Groenlândia é significativa, com ajuda de Copenhague. A polarização do debate eleitoral pode impactar a relação com a Dinamarca e os EUA.
Groenlândia quer explorar mais seus minerais (Foto: Olivier Morin/AFP)
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A Groenlândia realiza hoje eleições legislativas que podem impactar seu caminho rumo à independência, um desejo amplamente apoiado pela população de 57 mil habitantes, majoritariamente inuit. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem demonstrado interesse pelo território, que possui recursos minerais valiosos, e tentou influenciar o pleito que renovará as 31 cadeiras do Parlamento local, o Inatsisartut. A presença de Trump nas discussões políticas provoca reações mistas entre os groenlandeses, com alguns vendo sua atenção como positiva, enquanto outros expressam preocupação com suas intenções.
Os debates eleitorais abordam temas como saúde, educação e a relação com a Dinamarca, que ainda mantém controle sobre aspectos diplomáticos e militares da ilha. Os cidadãos frequentemente se sentem tratados como de segunda classe pela antiga potência colonial, e há um consenso crescente sobre a busca pela independência. No entanto, as opiniões divergem quanto ao ritmo desse processo: o partido de oposição, Naleraq, defende uma independência rápida, enquanto a coalizão governamental, composta pela Inuit Ataqatigiit e os social-democratas do Siumut, condiciona a autonomia a avanços econômicos.
Atualmente, a Groenlândia depende da pesca e de uma ajuda anual de cerca de 530 milhões de euros (aproximadamente 575 milhões de dólares), que representa 20% do PIB local. Embora os independentistas acreditem que a exploração de recursos minerais, como terras raras, possa garantir a autossuficiência, as reservas são limitadas e a mineração enfrenta desafios significativos devido ao clima e à infraestrutura precária. Trump, que já havia tentado comprar a ilha em seu primeiro mandato, voltou a manifestar interesse, prometendo segurança e prosperidade aos groenlandeses.
Apesar do apelo de Trump, uma pesquisa recente indica que 85% dos groenlandeses rejeitam a ideia de se tornarem americanos. O primeiro-ministro do território, Mute Egede, pediu respeito a Trump, enquanto os nacionalistas do Naleraq veem uma possível aliança com os EUA como um suporte para a independência. No entanto, a interferência de Trump pode polarizar ainda mais o debate interno, sem necessariamente alterar o resultado das eleições.
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