Eleições federais no Canadá: Carney e Poilievre disputam em meio a tensões comerciais com os EUA

Canadá se prepara para eleições em meio a tensões com os EUA

O Canadá se encaminha para eleições federais com o ex-banqueiro central Mark Carney e o líder conservador Pierre Poilievre como principais candidatos. A disputa ocorre em um momento de crescente tensão com os Estados Unidos, impactada por tarifas impostas pelo presidente Donald Trump.

Tarifas de Trump pressionam Carney e favorecem sua imagem

As tarifas de 25% sobre aço, alumínio, carros e peças automotivas, anunciadas por Trump, abalaram as empresas canadenses e aumentaram a pressão sobre Carney. O primeiro-ministro alertou para “dias difíceis” e pressão no emprego canadense, classificando as tarifas como “fundamentalmente danosas” para a economia global.

Crise habitacional e impacto econômico

Além da guerra comercial, o Canadá enfrenta uma crise de habitação acessível. A Associação de Construtores de Casas de Ontário alertou que as tarifas podem elevar os custos de construção, agravando o problema. O economista Randall Morck, da Universidade de Alberta, afirma que os preços das ações caíram, deixando todos mais pobres.

Carney busca alianças e se apresenta como experiente

Carney, considerado um novato na política, tem buscado fortalecer laços com aliados europeus, em uma demonstração de busca por alternativas. Sua experiência como governador do Banco da Inglaterra, onde lidou com o Brexit, é vista como um trunfo para navegar em tempos de crise. Ele afirma ter visto “esse filme antes” e saber como os EUA podem se enfraquecer.

Poilievre tenta se distanciar de Trump

Poilievre, que antes era o favorito, tenta se distanciar de Trump, criticando ameaças à soberania canadense e defendendo tarifas recíprocas. O político, que se apresenta como um outsider, tem focado em temas como corte de impostos e uma política de “Canadá Primeiro”.

Vantagem de Carney e sentimento anti-americano

Especialistas apontam que a liderança de Carney sobre Poilievre se ampliou devido à sua postura mais clara sobre como o Canadá pode estabelecer laços comerciais com outros países e retaliar as tarifas. O economista Morck acredita que os eleitores votarão no candidato que minimizar os custos da guerra comercial, em um cenário de crescente sentimento anti-americano.