Clubes se mobilizam para abstenção na eleição da CBF e evitar 'efeito Ednaldo'

Parte dos clubes que apoiaram a candidatura de Reinaldo Carneiro Bastos à presidência da CBF está considerando se abster da votação marcada para o próximo domingo, dia 25, na sede da entidade, no Rio de Janeiro. Samir Xaud, de 41 anos, é o candidato único, tendo recebido o apoio de 25 federações estaduais. O movimento de abstenção visa expressar insatisfação com a falta de participação dos clubes nas negociações para a escolha do sucessor de Ednaldo Rodrigues, afastado por problemas eleitorais.

Os clubes que apoiam Xaud estão em negociações para promover uma nova aclamação, que poderia legitimar sua candidatura. Xaud deve ser eleito para um mandato que vai de 2025 a 2029, a menos que ocorram mudanças inesperadas. Ednaldo Rodrigues, que tenta reaver seu cargo na Justiça, perdeu apoio político após descumprir promessas relacionadas à formação da chapa na eleição de março.

Atualmente, dez dos 40 clubes com direito a voto assinaram a chapa de Xaud, que contará com oito vice-presidentes. Entre eles estão Palmeiras, Grêmio e Vasco. Alguns clubes, como Paysandu e Remo, mudaram seu apoio para Xaud a pedido de suas federações, enquanto o Athletic, de Minas Gerais, se declarou neutro. Os 29 clubes restantes discutem a possibilidade de abstenção, temendo retaliações da CBF caso não apoiem a candidatura única.

A situação reflete um descontentamento crescente com o processo eleitoral da CBF, que muitos dirigentes consideram necessitar de reformas. Os blocos Libra e Liga Forte União buscam formar uma frente unificada, mas ainda não há consenso sobre a melhor estratégia a seguir.