20 de mai 2025

Oposição se destaca em eleição sul-coreana marcada por tentativa de golpe
Debate presidencial na Coreia do Sul revela divisões políticas e propostas de reforma, enquanto o país se prepara para eleições decisivas em junho.
Foto:Reprodução
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O debate de 18 de maio entre os principais candidatos à presidência da Coreia do Sul evidenciou a tensão política no país, marcada pela tentativa de autogolpe do ex-presidente Yoon Suk-yeol. A eleição está agendada para 3 de junho. O líder da oposição, Lee Jae-myung, do Partido Democrático, é o favorito, com 51% das intenções de voto, segundo pesquisa da Gallup. Lee afirmou que a disputa será um "julgamento sobre a insurreição", referindo-se aos eventos que levaram ao impeachment de Yoon em dezembro.
O governista Kim Moon-soo, do Partido do Poder do Povo, que possui 29% das intenções, defendeu que o juízo sobre a situação política está em aberto. Durante o debate, Lee propôs reformas políticas significativas, incluindo a redução do mandato presidencial de cinco para quatro anos, com possibilidade de reeleição, além de maior poder de fiscalização para a Assembleia Nacional.
Posturas em Relação à Política Externa
Kim Moon-soo adotou uma postura pró-EUA, afirmando que a aliança entre Coreia do Sul e Estados Unidos deve ser o eixo central da política externa. Ele criticou as declarações de Lee, que, segundo ele, poderiam ser vistas como uma aproximação à China. Em resposta, Lee defendeu uma abordagem pragmática nas relações com Pequim, enfatizando que a aliança com os EUA deve ser fortalecida, mas sem descartar os interesses nacionais.
Os candidatos também divergiram sobre as tarifas impostas pelos EUA sobre produtos sul-coreanos. Lee sugeriu uma negociação cautelosa, enquanto Kim pediu uma solução rápida, propondo uma cúpula bilateral ainda sob o governo atual. O debate contou ainda com a participação de Kwon Young-kook, do Partido Democrático Trabalhista, que criticou as práticas comerciais dos EUA.
Desafios Econômicos
Lee, que se mostra como o candidato com mais chances de vitória, também terá que lidar com uma crise econômica. O Ministério das Finanças do governo atual alertou sobre a crescente pressão sobre a economia, com dificuldades no mercado de trabalho e no consumo. As políticas tarifárias dos EUA têm contribuído para a desaceleração das exportações sul-coreanas, complicando ainda mais o cenário para o próximo governo.
Com mais dois debates programados para os dias 23 e 27 de maio, a expectativa é de que as discussões continuem a girar em torno da crise política e das propostas de reforma, enquanto o país se prepara para as eleições decisivas.
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