03 de jun 2025
Divisão no MAS abre caminho para Samuel Doria Medina nas eleições presidenciais bolivianas
Crise no Movimento ao Socialismo abre espaço para Samuel Doria Medina, que lidera pesquisas e propõe reformas econômicas urgentes na Bolívia.
Samuel Doria Medina, candidato à presidência da Bolívia, em um congresso de empresários latino-americanos organizado pela Ceapi em Sevilla. (Foto: Jaime Martínez Sánchez Suárez)
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O Movimento ao Socialismo (MAS), partido dominante na Bolívia, enfrenta uma crise de popularidade e divisões internas a menos de 75 dias das eleições presidenciais. O atual presidente, Luis Arce, anunciou que não buscará reeleição, pressionado pela grave crise econômica que afeta o país. A popularidade de Arce caiu drasticamente, mesmo após ter contido um golpe de Estado militar no ano passado. O ex-presidente Evo Morales, fundador do MAS, também está fora da corrida devido a impugnações judiciais.
Oposição em Ascensão
Nesse cenário, Samuel Doria Medina, ex-ministro da Economia e candidato da oposição, surge como favorito nas pesquisas eleitorais. Doria, que já concorreu em duas eleições anteriores, propõe uma série de ajustes econômicos para enfrentar a crise, que inclui a escassez de combustíveis e uma inflação superior a dois dígitos. Ele destaca que o déficit público ultrapassa 10% do PIB, com a dívida alcançando 92,4% do PIB, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Doria critica a gestão do MAS, afirmando que o partido está encerrando um ciclo de socialismo do século XXI. Ele acredita que a situação econômica deteriorou-se sob a liderança do MAS e que é necessário iniciar um novo ciclo político. O candidato também menciona a fragmentação da esquerda, com três candidatos disputando a indicação oficial.
Propostas Econômicas
Doria Medina defende a necessidade de ajustes na economia, incluindo a revisão de subsídios que não beneficiam a população. Ele sugere que o governo deve eliminar subsídios ao diesel, que atualmente são desviados para contrabando. O ex-ministro também planeja fechar empresas estatais ineficientes, argumentando que o Estado se tornou excessivamente grande e ineficaz.
Ele critica investimentos feitos pelo governo anterior em projetos sem viabilidade econômica, como uma fábrica de açúcar em uma região sem produção de cana. Doria acredita que o fechamento dessas empresas é essencial para reequilibrar as finanças públicas e retomar o crescimento econômico.
Relações Exteriores e Futuro
Doria Medina também propõe uma política externa mais ampla, buscando restabelecer relações comerciais com diversos países, especialmente com Estados Unidos e Europa. Ele critica o isolamento da Bolívia nos últimos anos e enfatiza a importância de diversificar as relações internacionais, excluindo apenas regimes considerados autoritários.
Com a eleição se aproximando, a disputa entre o MAS e a oposição promete ser acirrada, refletindo as tensões políticas e econômicas que marcam o atual cenário boliviano.
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