Turistas LGBTQ+ internacionais evitam viagens aos EUA por conta de políticas locais

Canadian citizen Robert Sharp cancelou uma viagem planejada para Provincetown, Massachusetts, um dos destinos mais amigáveis para a comunidade LGBTQ+ nos EUA, devido a tensões comerciais e políticas. Em vez disso, ele e seu grupo optarão por Montreal, refletindo uma mudança nas preferências de viagem entre os viajantes internacionais.

A decisão de Sharp é parte de uma tendência maior, com uma queda de 10% nas visitas internacionais aos EUA em março, segundo a Administração de Comércio Internacional. O número de visitantes que cruzaram as fronteiras terrestres caiu 14% no mesmo período. A Oxford Economics estima que os gastos de visitantes internacionais nos EUA devem cair em US$ 8,5 bilhões este ano, impulsionados por percepções negativas relacionadas a políticas de comércio e imigração.

Entre a comunidade LGBTQ+, as reservas em acomodações amigáveis nos EUA caíram 66% entre usuários canadenses e 32% entre europeus, de fevereiro a abril. O CEO da plataforma misterb&b, Matthieu Jost, observou que, embora as reservas globais estejam aumentando, os viajantes LGBTQ+ estão mudando seus destinos, priorizando locais inclusivos.

A Egale Canada, uma organização de defesa dos direitos LGBTQ+, também decidiu não participar de eventos nos EUA, citando preocupações com a segurança e a necessidade de protestar contra o que consideram "guerra econômica" dos EUA contra o Canadá. A diretora executiva, Helen Kennedy, destacou que a decisão visa proteger os membros e reitera a importância de apoiar a economia canadense.

O mercado de turismo LGBTQ+ é significativo, com um poder de compra estimado em US$ 1,4 trilhões. Em 2023, o mercado global de turismo LGBTQ+ foi avaliado em US$ 296,8 bilhões, com previsão de mais que dobrar até 2033. John Tanzella, CEO da Associação Internacional de Turismo LGBTQ+, notou uma hesitação crescente entre viajantes internacionais em participar de eventos nos EUA, refletindo um sentimento de não pertencimento.

Apesar das preocupações sobre a diminuição das visitas internacionais, eventos de Pride nos EUA continuam a atrair público. O Capital Pride Alliance relatou um aumento na participação em suas celebrações, mesmo em meio a tensões políticas.