Trump faz declarações imprecisas em seu segundo discurso de posse

Durante seu segundo discurso de posse, o presidente Donald Trump fez promessas de ação, mas apresentou menos afirmações verificáveis do que o habitual. Entre as declarações imprecisas, Trump afirmou que os Estados Unidos enfrentaram “inflação recorde” durante a administração Biden. Embora a inflação tenha atingido 9,1% em junho de 2022, o maior índice em 40 anos, esse número está longe do recorde histórico de 23,7% registrado em 1920. Na época do discurso, a inflação havia caído para 2,9% em dezembro.

Trump também se referiu a tarifas, afirmando que o governo americano taxaria países estrangeiros para beneficiar os cidadãos. Contudo, essa afirmação é enganosa, pois as tarifas são pagas por importadores americanos, que frequentemente repassam esses custos aos consumidores. Estudos, incluindo um da Comissão de Comércio Internacional dos EUA, indicam que os americanos arcaram com a maior parte do custo das tarifas sobre produtos chineses durante o primeiro mandato de Trump.

Em relação à imigração, Trump fez uma versão suavizada de sua alegação de que governos estrangeiros estariam esvaziando prisões e instituições mentais para enviar migrantes aos EUA. Ele afirmou que a administração Biden “oferece santuário e proteção a criminosos perigosos” que entraram ilegalmente no país. No entanto, sua campanha nunca apresentou evidências de que “muitos” migrantes da era Biden tenham vindo de prisões ou instituições mentais, e a narrativa de que países estariam abrindo tais instalações para fins migratórios não foi corroborada.

Por fim, Trump tentou apoiar sua narrativa afirmando que a população global de prisioneiros está diminuindo, o que é incorreto. Dados do World Prison Population List mostram que a população prisional global aumentou de aproximadamente 10,77 milhões em outubro de 2021 para cerca de 10,99 milhões em abril de 2024. Helen Fair, co-autora da lista, afirmou que não há evidências de que países estejam esvaziando suas prisões para enviar prisioneiros aos EUA.