27 de jan 2025
Cláudia Leitte enfrenta acusação de racismo religioso e pode ser condenada a R$ 10 milhões
Cláudia Leitte é acusada de racismo religioso por alterar letra de "Caranguejo". Audiência pública no MP da Bahia discutirá reparações e indenização de R$ 10 milhões. Advogado do Idafro sugere que a cantora cante gospel, respeitando sua fé. Inquérito civil pode se tornar criminal, dependendo da decisão da promotoria. Compositores da música também processam Leitte por violação de direitos autorais.
Claudia Leitte (Foto: Divulgação Nara Fassi)
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A acusação de racismo religioso contra a cantora Cláudia Leitte será discutida em uma audiência pública do Ministério Público da Bahia (MPBA) hoje à tarde. O encontro reunirá pelo menos dez entidades da sociedade civil para debater formas de proteger os símbolos das religiões de matriz africana. A polêmica surgiu em dezembro, quando Leitte, ao alterar a letra da música “Caranguejo”, substituiu a menção à orixá Iemanjá por Yeshua, referência a Jesus Cristo.
Durante a audiência, será analisada a possibilidade de reparações para os fiéis das religiões afro-brasileiras, caso se prove que houve dano. Entre as reivindicações, está uma indenização de R$ 10 milhões a ser paga pela artista para apoiar campanhas contra o racismo religioso. Além disso, as entidades pedem que ela não cante mais “Caranguejo” ou, se o fizer, mantenha a letra original. Existe também a possibilidade de que o inquérito civil em andamento se torne um caso criminal, dependendo da decisão da promotoria.
O advogado Hédio Silva Júnior, coordenador do Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro), sugeriu que Cláudia Leitte passe a cantar músicas gospel, afirmando que isso seria mais coerente com sua religião. Ele enfatizou que a alteração da letra da música causou danos à honra e dignidade das religiões afro-brasileiras. Silva Júnior também anunciou que o Idafro pedirá à Justiça a condenação da cantora ao pagamento da indenização, ressaltando que uma retratação verbal não seria suficiente.
A promotora responsável pelo inquérito já decidiu ouvir os compositores da música, que também estão movendo uma ação contra Leitte por violação de direitos autorais. Silva Júnior acredita que o inquérito civil deve ser concluído em até 60 dias, e que há elementos suficientes para que a promotoria proponha uma ação criminal em paralelo à ação cível.
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