AfD avança na política alemã com moção anti-imigração e rompe isolamento partidário

O Parlamento alemão rejeitou na última sexta-feira, dia 31 de janeiro, um projeto de lei que visava endurecer a política migratória do país, uma proposta defendida pela AfD (Alternativa para Alemanha). Apesar da derrota, o partido de extrema direita teve motivos para comemorar, pois conseguiu aprovar uma moção simbólica anti-imigração em conjunto com a aliança conservadora formada pela CSU (União Social Cristã) e CDU (União Democrata Cristã).

Essa articulação marca um avanço significativo para a AfD, que rompeu o cordão sanitário estabelecido pelos partidos tradicionais, sinalizando uma normalização da sua presença na política alemã. A situação gerou críticas ao líder da CDU, Friedrich Merz, que é o favorito nas pesquisas de intenção de votos para as eleições de 23 de fevereiro. A AfD, por sua vez, apresenta boas projeções para essa eleição, o que intensifica o debate sobre a sua influência crescente.

A aprovação da moção e a articulação com partidos conservadores refletem uma mudança no cenário político, onde a AfD se torna uma força a ser considerada. O partido, que surgiu em 2013 inicialmente como uma plataforma contra o euro, evoluiu para uma agenda focada em questões de imigração e nacionalismo, ganhando espaço no debate público e nas eleições.

O contexto atual da AfD é marcado por uma crescente aceitação entre os eleitores, o que levanta preocupações sobre o futuro da política migratória na Alemanha e a possível reconfiguração do espectro político do país. A trajetória da AfD, desde sua fundação até os dias atuais, ilustra as transformações e desafios enfrentados pela democracia alemã em um cenário de polarização crescente.