03 de fev 2025
Emails revelam papel ativo dos Saints na crise de abuso sexual da Igreja Católica
Emails internos revelam que executivos dos Saints ajudaram na gestão da crise. A equipe teve acesso antecipado à lista de clérigos acusados, moldando a narrativa. A relação próxima entre o proprietário dos Saints e o arcebispo é destacada. Comunidade expressa indignação, questionando a ética da parceria com a igreja. Investigação federal e estadual se intensifica após revelações sobre a lista.
"Gayle Benson, proprietária do New Orleans Saints e Pelicans, à esquerda, conversa com o presidente dos Saints, Dennis Lauscha, à direita, ao lado do VP Greg Bensel, no centro, na segunda metade de um jogo de basquete da NBA contra o Los Angeles Clippers em Nova Orleans, domingo, 14 de março de 2021. (Foto: AP Photo/Matthew Hinton, Arquivo)"
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Quando líderes da Igreja de Nova Orleans se prepararam para divulgar uma lista de padres católicos predadores, contaram com a ajuda inesperada do escritório do New Orleans Saints, a franquia da NFL da cidade. Emails internos obtidos pela Associated Press revelam que executivos da equipe desempenharam um papel significativo em uma campanha de relações públicas para mitigar as consequências da crise de abuso sexual clerical. Essa colaboração foi impulsionada pelo proprietário católico devoto do time, que mantém uma relação próxima com o arcebispo da cidade.
Os emails mostram que os executivos dos Saints estavam tão envolvidos na estratégia de comunicação que um porta-voz da equipe informou seu superior sobre uma ligação com o promotor da cidade, horas antes da divulgação da lista de clérigos acusados. A equipe foi uma das primeiras a ter acesso à lista, que continha nomes de suspeitos de pedofilia, e ajudou a moldar a narrativa pública em torno do assunto. O presidente da equipe, Dennis Lauscha, elaborou perguntas que o arcebispo Gregory Aymond deveria estar preparado para responder.
A campanha de relações públicas, liderada pelo vice-presidente de comunicações dos Saints, Greg Bensel, incluiu a preparação de pontos de discussão e o uso de contatos na mídia local para apoiar a igreja durante um período conturbado. Apesar das críticas recebidas após a revelação da aliança em 2020, os Saints insistem que não tiveram influência na elaboração da lista de padres acusados, afirmando que nenhum funcionário da equipe teve responsabilidade em adicionar ou remover nomes.
As descobertas geraram indignação na comunidade de Nova Orleans, com representantes locais expressando repulsa pela colaboração dos Saints com a igreja. Sobre as revelações, o ex-sócio da equipe, Kevin Bourgeois, que foi vítima de abuso, afirmou sentir-se traído e questionou quais outros segredos poderiam estar sendo ocultados. A situação levanta novas questões sobre a relação entre as instituições da cidade e a resposta à crise de abuso sexual clerical, que continua a impactar a Archidiocese de Nova Orleans.
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