Sociedade científica americana altera site sob pressão de ordens de Trump sobre diversidade

Uma ordem da Casa Branca visa reduzir o uso de programas de diversidade por organizações privadas. A American Society for Microbiology (ASM), uma importante sociedade científica dos EUA, alterou seu site para remover referências a diversidade e equidade, termos que estão sob ataque da administração do presidente Donald Trump. Artigos sobre cientistas de grupos sub-representados também foram temporariamente retirados do site, embora tenham sido restaurados posteriormente. Essa edição gerou protestos entre os mais de 37 mil membros da ASM, que notaram que outras sociedades científicas publicaram declarações em apoio à diversidade, equidade e inclusão (DEI), em vez de eliminar os termos.

Carla Bonilla, bióloga da Universidade de San Diego e membro da ASM desde 2015, expressou sua frustração, afirmando que a organização sempre apoiou cientistas de diversas origens. Ela se sentiu desvalorizada com as mudanças, que a fizeram sentir que estavam tentando "escondê-la". Em resposta, a presidente da ASM, Theresa Koehler, informou que a organização seguiu orientações legais para revisar suas páginas, visando proteger programas financiados pelo governo federal. Koehler reconheceu que a comunicação falha da ASM causou confusão e dor entre os membros.

As ações da ASM foram motivadas por uma ordem de Trump que determinou o fim de programas DEI considerados "radicais e desperdícios". Essa ordem levou várias agências federais a remover termos mencionados nas diretrizes de Trump de seus sites e documentos de pesquisa. Além disso, Trump instruiu autoridades federais a identificar grandes corporações sem fins lucrativos com programas DEI como alvos de investigação.

Mudanças no site da ASM começaram a ser notadas no início de fevereiro. Por exemplo, a página do comitê de diversidade inclusiva foi alterada para um comitê de "Progresso, Impacto, Acesso e Responsabilidade". A frase "outros grupos marginalizados na ciência e saúde" foi substituída por "outros grupos na ciência e saúde" em um artigo sobre mulheres na história do desenvolvimento de antimicrobianos. Embora a linguagem original tenha sido restaurada rapidamente, a falta de comunicação com os autores antes das alterações gerou preocupações entre os membros da ASM, que se sentiram desrespeitados.