Friedrich Merz se destaca como o novo chanceler da Alemanha após vitória da CDU

A União Democrata-Cristã (CDU), partido de centro-direita da ex-chanceler Angela Merkel, venceu as eleições gerais na Alemanha no último domingo, 23 de fevereiro de 2024. Com menos de 30% dos votos, a CDU deve negociar alianças para formar um governo, já que a Alternativa para a Alemanha (AfD), conhecida por seu extremismo, conquistou 21% do eleitorado e dobrou sua representação no Parlamento. O novo líder, Friedrich Merz, descartou qualquer coalizão com a AfD, mas pode precisar do apoio dos Verdes ou do Partido Social-Democrata (SPD) para avançar suas pautas.

A vitória de Merz representa uma mudança conservadora na política alemã. Aos 69 anos, ele promete reverter políticas de imigração de Merkel, endurecer regras para refugiados e facilitar a burocracia para o setor empresarial. Além disso, defende uma política de segurança de “tolerância zero”, a revisão da legalização da maconha e a reavaliação da energia nuclear. Em termos econômicos, Merz propõe cortes de impostos corporativos e estímulos ao livre mercado para tirar a Alemanha da recessão, que já dura três anos.

Merz também busca fortalecer a posição internacional da Alemanha, especialmente em meio aos impactos da guerra na Ucrânia. Em seu discurso após as eleições, ele expressou a intenção de tornar a Alemanha menos dependente dos Estados Unidos, afirmando que “os americanos, pelo menos este governo americano, são amplamente indiferentes ao destino da Europa”. Essa declaração reflete sua visão de uma Alemanha mais autônoma no cenário global.

Antes de sua carreira política, Merz teve uma trajetória no setor privado, presidindo o conselho da BlackRock na Alemanha. Embora nunca tenha ocupado um cargo governamental, ele se apresenta como um líder pragmático. No entanto, seus discursos sobre imigração geraram controvérsias, incluindo comentários polêmicos sobre filhos de imigrantes e refugiados. Agora, Merz enfrenta o desafio de formar um governo rapidamente, ciente de que “o mundo lá fora não está esperando por nós”.