Dezenas de milhares de egípcios fazem oração na Praça Tahrir, no Cairo, em meio a protestos contra a junta militar (Foto: KHALED DESOUKI / AFP)

Dezenas de milhares de egípcios fazem oração na Praça Tahrir, no Cairo, em meio a protestos contra a junta militar (Foto: KHALED DESOUKI / AFP)

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Revoluções globais e suas desilusões: o retrato da década em 'A Década da Revolução Perdida' - Revoluções globais e suas desilusões: o retrato da década em 'A Década da Revolução Perdida'

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O movimento de protestos que começou na década de 2010, como a Primavera Árabe, trouxe à tona a insatisfação popular com regimes autoritários. Said Gharib, um opositor egípcio, expressou em 2011 sua desconfiança em relação ao diálogo com o governo, afirmando que “perdemos a confiança nessas pessoas” após décadas de promessas não cumpridas. A queda de Hosni Mubarak não resultou na esperada democratização; seu sucessor, Mohamed Mursi, foi deposto em um golpe, dando espaço a Abdel Fatah al-Sisi, um novo regime autoritário.

O jornalista Vincent Bevins, em seu livro “A Década da Revolução Perdida”, analisa esses eventos globais, incluindo os protestos no Brasil em 2013, que começaram contra o aumento das passagens de ônibus. Ele destaca como a transição de pequenas reuniões para grandes manifestações refletiu uma crise de representação no sistema político. A entrada de novos grupos, como os que usavam camisas da seleção brasileira, alterou o cenário político, culminando no impeachment de Dilma Rousseff em 2016.

Bevins também menciona que, apesar de algumas vitórias iniciais, como a derrubada de ditadores, muitos países enfrentaram crises contínuas. A Tunísia, por exemplo, ainda lida com instabilidade, enquanto a Síria e o Iémen mergulharam em guerras civis. A Revolução Maidan na Ucrânia resultou em repressão e no fortalecimento da extrema direita, enquanto a Turquia viu o presidente Recep Tayyip Erdogan ampliar seus poderes após os protestos de 2013.

A tecnologia desempenhou um papel crucial na mobilização, com redes sociais inicialmente vistas como ferramentas de democratização. Contudo, Bevins alerta que a realidade atual é marcada pela disseminação de desinformação e pela manipulação das plataformas digitais, que se tornaram aliadas de interesses políticos e econômicos contrários à democracia. “Quase todo mundo acreditava que as redes sociais tornariam o mundo mais democrático”, mas a realidade se mostrou mais complexa e desafiadora.

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