26 de mar 2025

Vereadores de Balneário Camboriú corrigem documentos sobre morte de prefeito da ditadura
Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú reconhece assassinato de Higino João Pio, primeiro prefeito da cidade, em ato simbólico.
Foto:Reprodução
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Os vereadores de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, aprovaram a atualização da certidão de óbito do ex-prefeito Higino João Pio, assassinado pela ditadura militar em 1969. A votação ocorreu ontem, com Jair Renan Bolsonaro (PL) sendo o único a se opor à medida. Desde 1997, a família de Higino buscava o reconhecimento de sua morte como um ato político, o que foi finalmente formalizado este ano.
A nova certidão de óbito afirma que a morte de Higino Pio foi "violenta, causada pelo Estado brasileiro", em um contexto de repressão a dissidentes políticos. A Câmara Municipal também decidiu corrigir registros que erroneamente indicavam suicídio. Dos dezenove vereadores, dezesseis votaram a favor da alteração, enquanto um estava ausente e o presidente da Câmara não participou da votação.
A atualização foi possível após uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que determina a retificação de documentos de vítimas da ditadura. O filho de Higino, Julio Cesar Pio, expressou alívio, afirmando que a família esperou muitos anos pela correção, lembrando que tinha apenas treze anos quando seu pai foi preso.
Higino João Pio, eleito pelo PSD em 1965, foi detido em fevereiro de 1969, acusado de irregularidades administrativas. Ele foi encontrado morto em uma cela da Marinha, com a versão oficial alegando suicídio. No entanto, evidências sugerem que a situação era incompatível com essa narrativa. A Câmara Municipal realizará uma sessão solene em homenagem ao ex-prefeito no dia 31 de março, às 19h.
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