Nunes defende muro na Cracolândia como medida de segurança e nega segregação

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, respondeu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, sobre a construção de um muro na Cracolândia, afirmando que a estrutura visa evitar acidentes, especialmente atropelamentos, e não tem a intenção de segregar ou restringir o direito de ir e vir das pessoas em situação de rua. Nunes explicou que o muro substituiu um tapume de metal que estava sendo depredado, colocando em risco tanto os usuários quanto a circulação de pedestres na área.

No documento enviado ao STF, Nunes destacou que o novo muro é cinco metros mais curto que o anterior e isola apenas uma rua, permitindo o acesso à Rua dos Protestantes. Ele também mencionou que a estrutura foi projetada para não dificultar o trabalho de profissionais de saúde e assistência social, que prestam serviços essenciais na região. O prefeito argumentou que a construção não configura confinamento, mas sim uma medida de proteção.

A intimação de Moraes ocorreu após um pedido de parlamentares do PSOL, que solicitaram a demolição do muro, alegando que ele representa uma violação dos direitos humanos e exclui socialmente os moradores da Cracolândia. Nunes, por sua vez, criticou a ação, afirmando que o muro é parte de uma estratégia para melhorar a segurança e facilitar o atendimento aos usuários de serviços sociais.

Além disso, a prefeitura informou que a instalação de gradis ao longo do muro visa facilitar a abordagem dos profissionais de saúde, permitindo uma melhor visualização e acesso aos usuários. Nunes ressaltou que o número de atendimentos na região aumentou significativamente, passando de 45.300 no segundo semestre de 2022 para 65.260 no mesmo período de 2023, evidenciando a eficácia das medidas implementadas.