CFM cobra soluções do Congresso após erros nas notas do Enare gerarem indignação entre candidatos

O Conselho Federal de Medicina (CFM) acionou o Congresso Nacional devido a problemas graves no Exame Nacional de Residência Médica (Enare) 2025, que é considerado o "Enem dos residentes". Desde a divulgação das notas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 8 de janeiro, candidatos relatam que receberam notas “zero” sem explicação, especialmente na avaliação de currículos. O CFM exigiu mais transparência na análise e já enviou ofícios aos responsáveis pelo concurso.

A situação é preocupante para os alunos que não tiveram suas notas corrigidas a tempo, pois a primeira lista de aprovados foi divulgada em 30 de janeiro. Muitos que recorreram à Justiça e ganharam a reavaliação de suas pontuações não foram aprovados na primeira chamada. A FGV, procurada pelo GLOBO, não respondeu adequadamente, limitando-se a afirmar que todos os recursos foram analisados.

A candidata Bárbara de Melo Ribeiro, de 25 anos, teve sua nota reduzida em 50 pontos após o histórico escolar ser zerado, mesmo cumprindo os requisitos do edital. O juiz determinou que a FGV corrigisse sua nota até 29 de janeiro, mas a resposta da instituição chegou apenas em 30, resultando em sua não seleção para a residência. Com isso, Bárbara ficou em 5º lugar em um hospital, enquanto sua nota correta a colocaria em primeiro.

Cerca de 10 mil candidatos zeraram na análise curricular, que representa 10% da nota total. O Enare, realizado anualmente desde 2020, oferece 8.720 vagas em 163 instituições. A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), em parceria com a FGV, organiza o exame. Estudantes como Agatha Soyombo também enfrentam problemas semelhantes, alegando que suas notas permaneceram erradas após recursos administrativos. A Ebserh afirmou que apura as inconsistências relatadas, mas decidiu manter os resultados e o cronograma do exame.