Rádio AuriVerde se transforma em bastião do bolsonarismo com audiência crescente

Até abril de 2022, a Rádio AuriVerde, de Bauru, focava em notícias locais, mas um comentário do apresentador Alexandre Pittoli sobre o indulto do deputado Daniel Silveira elevou a audiência da emissora. Desde então, a rádio tem se posicionado como "a voz da direita no Brasil", atraindo um público conservador com temas polêmicos, como a contagem pública de votos e a crítica ao Judiciário. Pittoli, que é também diretor-executivo, destaca que essa aproximação com pautas conservadoras é uma decisão pessoal.

A presença de Jair Bolsonaro na rádio se intensificou, com quase vinte transmissões ao vivo em 2024, especialmente durante as eleições municipais. O senador Marcos Pontes foi fundamental para a conexão entre a rádio e o ex-presidente, que se tornou um dos principais atrativos da programação. Apesar de algumas tensões políticas, como a candidatura de Pontes à presidência do Senado, o clima permanece amistoso, com outros políticos também participando das transmissões.

A AuriVerde consolidou seu tom político após se filiar à Jovem Pan em 2017, durante o governo de Michel Temer. No entanto, em outubro de 2023, a Jovem Pan excluiu a AuriVerde de sua rede de afiliadas, após ser alvo de investigações do Ministério Público Federal por disseminação de desinformação. O vereador Eduardo Borgo atribui a separação a uma mudança na linha editorial da Jovem Pan, que não se alinhava mais com a AuriVerde.

Em 2024, Pittoli participou de uma audiência no Senado para discutir a queda na audiência de canais de direita, onde criticou a Jovem Pan por demissões de jornalistas. Apesar de um processo por danos morais movido pela emissora, ele continua a estreitar laços com a família Bolsonaro e busca alternativas de renda, como a venda de produtos com mensagens bolsonaristas, enfrentando desafios com restrições do YouTube e dificuldades em atrair anunciantes.