Política

Indefinição sobre Angra 3 coloca em risco a saúde financeira da Eletronuclear

O CNPE deve adiar novamente a definição do preço da tarifa de Angra 3. A Eletronuclear enfrenta dificuldades financeiras e dívidas de R$ 7 bilhões. A Eletrobras, privatizada, possui 35% das ações da Eletronuclear, complicando decisões. O custo de manter Angra 3 parada é de R$ 100 milhões mensais ao governo. A conclusão do projeto requer R$ 30 bilhões e depende de reestruturação financeira.

A usina Angra 3: possibilidade de novo adiamento da decisão sobre a retomada das obras (Foto: Marcos Michael/VEJA)

A usina Angra 3: possibilidade de novo adiamento da decisão sobre a retomada das obras (Foto: Marcos Michael/VEJA)

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Os representantes do Ministério da Fazenda e da Casa Civil no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) devem solicitar um novo adiamento na definição do preço da tarifa de Angra 3 durante a reunião marcada para a próxima terça-feira. Essa decisão é crucial para determinar a viabilidade da retomada das obras da usina nuclear, que, segundo o deputado federal Julio Lopes (PP-RJ), gera um custo de R$ 100 milhões por mês ao governo enquanto permanece parada. A resistência dos ministérios se deve a uma ação do presidente Lula no STF, que contesta a redução do poder de voto da União na Eletrobras após sua privatização, o que pode impactar os investimentos na Eletronuclear e, consequentemente, em Angra 3.

A Eletronuclear, que opera as usinas nucleares no Rio de Janeiro, enfrenta um cenário financeiro delicado em 2025, com dívidas de R$ 800 milhões por ano cobradas pela Caixa e pelo BNDES. Um sinal verde do governo para reequilibrar o projeto poderia permitir uma reestruturação do financiamento, aliviando a pressão sobre o caixa da estatal. A decisão de abandonar o projeto exigiria um aporte do Tesouro, mas também interromperia os custos. A expectativa é que uma definição ocorra na próxima reunião do CNPE, após adiamentos anteriores.

A construção de Angra 3, iniciada na década de 1980, foi interrompida por crises econômicas e escândalos de corrupção. Um estudo do BNDES estimou que desistir do projeto custaria R$ 21 bilhões, incluindo dívidas e multas. A Eletronuclear já pagou R$ 150 milhões em dívidas nos primeiros meses de 2025, mas o presidente Raul Lycurgo alertou que, sem reestruturação, a estatal pode enfrentar dificuldades financeiras, comprometendo a segurança das usinas em operação.

A privatização da Eletrobras em 2022 alterou a estrutura de capital da Eletronuclear, que agora precisa da participação da Eletrobras para novos aportes. O governo Lula busca revisar os termos da privatização, enquanto a Eletrobras deseja se desfazer de sua participação na Eletronuclear. O estudo do BNDES sugere a inclusão de um sócio privado para viabilizar os investimentos necessários, mas a conclusão desse processo de conciliação também deve ocorrer até a próxima terça-feira, conforme estipulado pelo STF.

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