Rui Costa é alvo de críticas por obstruir debate sobre segurança pública no governo

A relação entre o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e outros membros do governo, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem se mostrado tensa. Haddad, embora não critique publicamente Costa, expressa insatisfação nos bastidores, alegando que o colega tem dificultado seu trabalho no controle das contas públicas. Essa situação é compartilhada por outros ministros, incluindo Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública, que vê em Costa um obstáculo na tramitação da proposta de emenda constitucional (PEC) voltada à segurança pública.

A PEC, que visa estabelecer um plano de coordenação nacional das polícias e criar um fundo único para o combate ao crime, enfrenta resistência na Casa Civil. Interlocutores de Lewandowski afirmam que a lentidão do governo em enviar a proposta ao Congresso é atribuída a Rui Costa. Um exemplo dessa resistência ocorreu quando, em meados do ano passado, o texto da PEC já estava pronto, mas não foi protocolado devido a objeções da Casa Civil.

Historicamente, Rui Costa já demonstrou sua oposição a iniciativas federais relacionadas à segurança. Durante seu mandato como governador da Bahia, ele contestou a atuação da Força Nacional de Segurança em seu estado, alegando falta de solicitação do governo estadual. Mais recentemente, ele se manifestou contra a ideia de que o governo federal assumisse a liderança na pauta de segurança pública, argumentando que isso poderia invadir a competência dos estados.

A situação atual revela um impasse entre a Casa Civil e o Ministério da Justiça, com a PEC da Segurança Pública ainda sem tramitação no Congresso. A tensão entre os ministros e a falta de consenso sobre a abordagem da segurança pública permanecem como desafios significativos para o governo de Lula.