Cálculos de Lula para o Senado em 2026 podem influenciar escolha para o STJ

Os planos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para as chapas ao Senado em 2026 podem influenciar a escolha de um novo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A disputa pela vaga destinada ao Ministério Público está entre a procuradora Maria Marluce Caldas, de Alagoas, e o procurador de Justiça Sammy Barbosa, do Acre. A proximidade de Marluce com o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC), que almeja o governo de Alagoas, pode favorecer sua candidatura, especialmente se JHC conseguir apoio para a candidatura ao Senado.

Lula busca unir figuras políticas em Alagoas, como Renan Calheiros (MDB) e Arthur Lira (PP-AL), apesar de suas rivalidades históricas. Um possível cenário envolve JHC apoiando a candidatura de sua tia ao STJ, enquanto ele permanece na prefeitura e o grupo de Lula apoia o sucessor de Paulo Dantas. A indicação de Marluce depende da resolução desse impasse, e ela já conquistou apoio de petistas e ministros do Supremo, como Cristiano Zanin.

A atenção de Lula para as chapas do Senado em Alagoas se intensifica, dado que o estado foi o único do Nordeste a votar em Jair Bolsonaro em 2022. Pesquisas internas indicam uma preferência do eleitorado por candidatos de direita, o que preocupa o PT, que teme uma "avalanche bolsonarista" nas eleições de 2026, quando dois terços do Senado serão renovados. O ex-presidente já articula estratégias para maximizar a presença do PL na Casa.

A corrida pelas duas vagas no STJ está em fase final, com Lula previsto para fazer as indicações em março. As listas tríplices com os nomes dos candidatos estão com o presidente desde outubro, mas ele adiou a decisão para 2025. O nome do desembargador Carlos Brandão, do TRF-1, ganha força para a vaga da Justiça Federal, apoiado por figuras influentes do governo. Brandão enfrenta concorrência das desembargadoras Daniele Maranhão e Marisa Santos, ambas de tribunais regionais.