Brasil despenca no Índice de Democracia 2024 e chega à 57ª posição global

O Brasil caiu seis posições no Índice de Democracia 2024, elaborado pela Economist Intelligence Unit (EIU), passando do 51º para o 57º lugar, com uma pontuação de 6,49. A queda é atribuída, em parte, à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que bloqueou a rede social X (antigo Twitter) em agosto de 2024. O relatório destaca que a polarização política elevada resultou na politização das instituições e no aumento da violência política.

Os analistas apontam que a atuação do STF desde 2019 em investigações sobre desinformação e ameaças a ministros é considerada "controversa". O bloqueio do X, que ocorreu durante parte da campanha eleitoral municipal, é visto como uma forma de censura que ultrapassou os limites da liberdade de expressão. O relatório alerta que restringir discursos com definições vagas pode comprometer a imparcialidade do Judiciário e impactar a liberdade política.

Outro fator que contribuiu para a queda do Brasil no índice foram os avanços nas investigações da Polícia Federal (PF) sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros do STF. Os desdobramentos indicam uma relação frágil das Forças Armadas com o respeito às normas democráticas, segundo o estudo.

O Índice de Democracia da EIU avalia os países em cinco categorias: processo eleitoral e pluralismo, funcionamento do governo, participação política, cultura política e liberdades civis. O ranking de 2024 é liderado pela Noruega (9,81), seguida pela Nova Zelândia (9,61) e Suécia (9,39). O Brasil permanece classificado como uma “democracia imperfeita”.