Política

Europa planeja rearmamento bilionário, mas enfrenta desafios de cooperação e indústria

A Europa aumenta gastos com defesa após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022. Dinamarca financia produção de armamentos na Ucrânia, elevando capacidade produtiva. Comissão Europeia propõe plano de € 800 bilhões, mas enfrenta críticas por protecionismo. Indústria de defesa europeia é fragmentada, com falta de padronização e eficiência. Especialistas alertam que cooperação é essencial para enfrentar ameaças comuns.

Modelo de um Tempest, novo jato de combate do Reino Unido, em exibição no estande da BAE Systems em Farnborough (Foto: Hollie Adams/Bloomberg)

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Após décadas de subinvestimento, a Europa está se comprometendo a aumentar seus gastos com segurança. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou um plano bilionário para rearmar o bloco, utilizando "todas as alavancas financeiras à disposição". No entanto, a eficácia na aplicação desses recursos é crucial, considerando que a base industrial de defesa europeia está defasada em relação à dos EUA, que, sob a administração de Donald Trump, pressiona seus aliados a investirem mais. A invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 intensificou a demanda por armamentos, mas a capacidade do setor de defesa europeu de atender a essa necessidade ainda é incerta.

Um estudo do Bruegel, centro de pesquisas em Bruxelas, indica que seriam necessários 1.400 tanques, 2 mil veículos de combate e 700 peças de artilharia para conter a Rússia nos Bálticos, um número superior ao que as forças combinadas de França, Alemanha, Itália e Reino Unido possuem. Desde 2014, os gastos com defesa na União Europeia (UE) aumentaram significativamente, alcançando € 326 bilhões (cerca de R$ 1,97 trilhão) em 2024, um crescimento de 30% em relação ao período pré-guerra na Ucrânia. Apesar disso, a indústria de defesa europeia é fragmentada, resultando em lacunas e duplicações de capacidades, além de uma dependência de tecnologias mais avançadas dos EUA.

A falta de cooperação entre os Estados-membros custa à Europa entre € 25 bilhões e € 100 bilhões anualmente, devido à concentração de gastos em nível nacional. Jacob Kirkegaard, do Bruegel, destaca que a guerra na Ucrânia e a possibilidade de um novo governo Trump despertaram os líderes europeus para a necessidade de uma base industrial forte. Em resposta à crescente demanda por armamentos, a Dinamarca implementou um novo mecanismo para financiar a produção de equipamentos na Ucrânia, aumentando sua capacidade produtiva e atraindo o interesse de outros países da UE e da Otan.

A Comissão Europeia lançou a "Estratégia Industrial de Defesa Europeia", visando aumentar a competitividade do setor, mas enfrenta críticas por ser considerada protecionista. O plano propõe que, até 2030, 50% do orçamento de aquisições seja destinado a fornecedores da UE, aumentando para 60% até 2035. Von der Leyen enfatizou a necessidade de a Europa se proteger e apoiar a Ucrânia em busca de uma paz duradoura. Especialistas alertam que, sem a base industrial dos EUA, a Europa dependerá de esforços individuais, reforçando a urgência da cooperação entre os países europeus.

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