Trump sugere aumento de tarifas sobre México e Canadá e evita comentar sobre recessão nos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que as tarifas sobre produtos do Canadá e do México, programadas para entrar em vigor em 2 de abril, podem ser aumentadas. Em entrevista à Fox News, Trump descreveu o adiamento das tarifas como uma "pequena pausa", ressaltando que a aplicação de 25% de tarifas, inicialmente anunciadas em fevereiro, foi postergada várias vezes. Ele garantiu que essa pausa é uma exceção e que não haverá novas prorrogações após abril.

Trump evitou fazer previsões sobre uma possível recessão nos Estados Unidos, afirmando que "detesta prever coisas assim". Seu secretário de Comércio, Howard Lutnick, foi mais direto, afirmando que os americanos não devem esperar uma recessão. Lutnick destacou que o governo está em um período de transição, trazendo riqueza de volta ao país, mas que isso leva tempo. Enquanto isso, os mercados financeiros enfrentam incertezas devido às políticas tarifárias de Trump.

As tarifas têm gerado preocupações entre consumidores e investidores, com Wall Street registrando sua pior semana desde a eleição anterior. Um índice do Federal Reserve de Atlanta prevê uma contração do PIB de 2,4% no primeiro trimestre, o pior resultado desde o auge da pandemia de covid-19. Economistas do Goldman Sachs aumentaram a expectativa de recessão nos próximos doze meses de 15% para 20%, citando as políticas tarifárias de Trump como um fator.

Trump acredita que as tarifas podem restaurar a manufatura americana e gerar receita para reduzir o déficit. Ele mencionou que as tarifas sobre produtos importados são uma forma de pressionar países a resolver questões como o tráfico de fentanil. No entanto, especialistas alertam que as tarifas podem prejudicar a economia americana, elevando os preços e reduzindo o consumo. Economistas também afirmam que déficits comerciais não são necessariamente perdas, e que as tarifas podem não fechar a lacuna comercial com outros países.