11 de mar 2025
Trump intensifica guerra econômica contra a China com novas taxas sobre navios de carga
A administração Trump intensifica a pressão sobre a China na construção naval, visando limitar sua influência. Um novo escritório de construção naval será criado na Casa Branca, com taxas pesadas sobre navios chineses. Em 2024, a China detinha 81% do mercado de navios de contêiner, superando a Coreia do Sul. Propostas incluem restrições de exportação e taxas sobre navios chineses, afetando o comércio. O projeto SHIPS para a América busca revitalizar a construção naval dos EUA, visando segurança nacional.
Esta foto tirada em 16 de janeiro de 2025 mostra navios em construção em um estaleiro de uma empresa de construção naval em Taicang, na província de Jiangsu, leste da China. (Foto: Str | Afp | Getty Images)
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O governo dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, intensificou a pressão contra a crescente dominância da China na indústria de construção naval, um movimento que começou durante o governo de Joe Biden. As principais empresas de frete marítimo enfrentam a possibilidade de multas que podem chegar a R$ 1,5 milhão por navios de contêiner fabricados na China que atracam em portos americanos. Nos últimos anos, a presença da China nesse setor cresceu rapidamente, com o país superando a Coreia do Sul em todas as categorias de construção de embarcações. Em 2024, os navios de contêiner chineses detinham 81% do mercado, enquanto os navios graneleiros representavam 75% da frota global.
O aumento da participação da China no mercado de gás liquefeito de petróleo (GLP) também é notável, com 48% de participação, superando a Coreia do Sul, que possui 46%. Apesar de a Coreia do Sul manter a liderança no mercado de transportes de gás natural liquefeito (GNL) com 62%, a China continua a expandir sua influência. Peter Sand, analista-chefe de shipping da Xeneta, destacou que a dominância chinesa na construção naval foi acentuada nos últimos cinco anos, impulsionada por financiamento atraente e preços competitivos.
A representante de Comércio dos EUA, Katherine Tai, iniciou uma investigação sobre práticas comerciais desleais da China, resultando em um relatório que concluiu que o apoio financeiro e as barreiras impostas pelo país conferem uma vantagem injusta à sua indústria marítima. Em resposta, Trump anunciou a criação de um novo escritório de construção naval na Casa Branca, que oferecerá incentivos fiscais para trazer mais construção naval de volta aos EUA. Além disso, o governo propôs taxas elevadas para navios chineses que atracam em portos americanos, com taxas de até R$ 1 milhão por embarcação para operadores chineses e até R$ 1,5 milhão para operadores não chineses.
As mudanças propostas podem impactar significativamente a indústria, com estimativas de que as taxas poderiam resultar em custos adicionais de R$ 600 a R$ 800 por contêiner. Soren Toft, CEO da MSC, alertou que as taxas poderiam totalizar mais de R$ 20 bilhões para a indústria, forçando as empresas a revisar suas operações e possivelmente aumentar os custos para os consumidores. A situação é ainda mais complexa devido à infraestrutura portuária dos EUA, que enfrenta desafios operacionais e de capacidade. A proposta de restrições também inclui a exigência de que uma porcentagem crescente das exportações dos EUA seja realizada em embarcações de bandeira americana, visando fortalecer a indústria naval nacional e reduzir a dependência da construção naval chinesa.
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