O presidente do Equador, Daniel Noboa, anunciou uma “aliança estratégica” com Erik Prince, fundador da controversa empresa de segurança Blackwater, para combater o narcotráfico. Noboa, que já havia implementado uma operação militar contra grupos criminosos, compartilhou uma foto com Prince em suas redes sociais, destacando a necessidade de fortalecer as capacidades do país na luta […]
O presidente do Equador, Daniel Noboa, anunciou uma “aliança estratégica” com Erik Prince, fundador da controversa empresa de segurança Blackwater, para combater o narcotráfico. Noboa, que já havia implementado uma operação militar contra grupos criminosos, compartilhou uma foto com Prince em suas redes sociais, destacando a necessidade de fortalecer as capacidades do país na luta contra o narcoterrorismo e a pesca ilegal. O presidente afirmou: “O crime organizado semeou medo e acreditou que poderia operar com impunidade. O tempo deles acabou.”
A decisão de Noboa gerou críticas, especialmente do ex-comandante do Exército, Luis Altamirano, que considerou a parceria “deplorável” e questionou a contratação de um “exército mercenário” sob a justificativa de cooperação internacional. A falta de detalhes sobre a aliança e a ausência de apoio explícito das Forças Armadas também levantaram preocupações. Noboa não especificou como as forças internacionais operariam no país, nem quais países estariam envolvidos.
O Equador enfrenta uma grave crise de segurança, com a taxa de homicídios subindo de 6 por 100 mil habitantes em 2018 para 38 em 2024, após um recorde de 47 em 2023. O país, que se tornou um ponto estratégico para o tráfico de drogas, registrou mais de 1.000 homicídios apenas no início de 2024, o que o Ministério do Interior considera o ano mais violento da história do Equador. Noboa, que busca a reeleição, anunciou que “forças especiais” internacionais chegariam para apoiar a luta contra o crime.
A situação se agrava à medida que a violência persiste, como evidenciado por um ataque recente em Guayaquil, que resultou em 22 mortes. Noboa enfrentará a candidata esquerdista Luisa González no segundo turno das eleições presidenciais, marcadas para 13 de abril. A crescente insegurança e a resposta militar do governo têm gerado críticas de organizações de direitos humanos, especialmente após incidentes envolvendo abusos por parte das Forças Armadas.