Política

Disputa por sucessão de Francisco revela embates entre ultraconservadores e progressistas na Igreja

O papa Francisco, internado em Roma, enfrenta resistência de ultraconservadores. Figuras como Gerhard Müller e Raymond Burke articulam sucessão papal tradicionalista. Fake news sobre a saúde do papa criam narrativa de crise e desconfiança. Sucessão pode reverter pautas progressistas e aproximar Igreja de governos autoritários. Cardeais moderados, nomeados por Francisco, podem influenciar a próxima eleição.

Papa Francisco em audiência no Vaticano (Foto: Filippo Monteforte - 12.fev.2025/AFP)

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A disputa pelo futuro da Igreja Católica intensifica-se enquanto o papa Francisco, de 88 anos, permanece internado em Roma devido a problemas respiratórios crônicos. A fragilidade do pontífice reacendeu as movimentações da ala ultraconservadora, que busca um sucessor alinhado ao tradicionalismo. Essa ala, que já tenta influenciar a sucessão de Francisco, vê a possibilidade de um novo papa como uma chance de retroceder nas pautas progressistas defendidas por ele, aproximando a Igreja de figuras da nova direita mundial, como Donald Trump e Javier Milei.

Desde o início de seu pontificado em 2013, Francisco enfrentou resistência de cardeais ultraconservadores que tentam minar sua autoridade. O vaticanista Marco Politi destaca que o papa desmantelou redes de poder e afastou figuras influentes, criando inimigos poderosos dentro da Igreja. Entre os críticos, destaca-se Gerhard Müller, ex-prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, que lançou um livro em 2023, interpretado como um movimento para influenciar a sucessão. Outro crítico é Raymond Burke, que desafiou o papa com a "Dubia", um conjunto de perguntas sobre questões doutrinárias.

Nos Estados Unidos, grupos ultraconservadores católicos têm forte presença e atuam em campanhas eleitorais, promovendo uma agenda moral que inclui a oposição ao aborto e à chamada "ideologia de gênero". Essa influência se estende ao Brasil, onde movimentos católicos tradicionalistas se alinham ao bolsonarismo, utilizando a defesa da moral cristã para mobilizar eleitores. Apesar da força dos ultraconservadores, há também vozes que apoiam as reformas de Francisco, como o cardeal Robert McElroy, de San Diego, que defende uma Igreja mais inclusiva.

A comunicação também é um campo de batalha, com a disseminação de fake news sobre o estado de saúde de Francisco. Recentemente, rumores de que o papa teria apenas "72 horas de vida" levaram o Vaticano a divulgar um áudio com sua voz, tentando acalmar os fiéis. A máquina de propaganda ultraconservadora, com blogs e canais no YouTube, influencia a percepção pública sobre o pontífice. A sucessão de Francisco será crucial para o futuro da Igreja, podendo resultar em um endurecimento doutrinário e um afastamento da linha pastoral que ele defende, além de impactar o papel do Vaticano como mediador em conflitos globais.

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