Haddad critica Tarcísio e questiona sua posição sobre a democracia e a ditadura militar

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ao afirmar que, para ele, a relevância do ambiente democrático pode não ser uma preocupação. A declaração ocorreu após Tarcísio sugerir que o julgamento de Jair Bolsonaro no inquérito sobre a tentativa de golpe poderia levar a uma "anarquia institucional". Haddad, em evento promovido por Galapagos Capital e Arko Advice, enfatizou a importância de discutir a liberdade e a seriedade da ditadura militar.

Haddad expressou sua crença de que é correto julgar um ex-presidente por comportamentos inadequados, referindo-se diretamente a Bolsonaro. Ele também comentou que, pela formação de Tarcísio e sua proximidade com o ex-presidente, acredita que o governador possa ter uma visão favorável à ditadura militar. O ministro destacou que a liberdade é um tema central em sua perspectiva como professor de ciência política.

Recentemente, o Supremo Tribunal Federal tornou Bolsonaro e sete aliados réus no inquérito que investiga a tentativa de golpe após as eleições de 2022. Em resposta, Tarcísio utilizou suas redes sociais para defender Bolsonaro, afirmando que a verdade prevalecerá diante dos desafios enfrentados. Essa defesa ocorre em um contexto de crescente tensão política e judicial no Brasil.

Durante o evento, Haddad também refutou a ideia de que as investigações contra Bolsonaro poderiam desviar a atenção da agenda econômica do governo Lula. Ele argumentou que desviar a atenção é uma tática utilizada nas redes sociais, onde se disseminam informações falsas. Para Haddad, é crucial discutir as atitudes dos ocupantes de cargos públicos, em vez de ignorar os eventos que marcaram a história recente do Brasil.