20 de abr 2025
Zema intensifica críticas ao governo Lula e decreta cortes de gastos em Minas Gerais
Governador de Minas, Romeu Zema, decreta cortes de gastos em resposta a vetos de Lula, aumentando déficit orçamentário em R$ 2 bilhões.
Governador de Minas Gerais, Romeu Zema, no Rumos 2024 (Foto: Rogerio Vieira/Valor)
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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, decretou corte de gastos no estado, responsabilizando vetos presidenciais ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag). A medida, oficializada em decreto neste sábado (19), eleva o déficit orçamentário mineiro em R$ 2 bilhões. A ação intensifica o embate entre Zema e o governo federal, em meio às especulações sobre a candidatura do governador à presidência em 2026.
Segundo o vice-governador Mateus Simões, os vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Propag impactaram o planejamento financeiro de Minas Gerais. Dois pontos foram considerados prejudiciais: a restrição à contratação de novos empréstimos e a proibição do uso de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR) para amortização da dívida. “O ano estava programado para um desembolso quase R$ 2 bilhões menor, em virtude dos vetos”, declarou Simões.
A adesão de Minas ao Propag, antes prevista para este ano, agora deve ocorrer no final de 2025. O orçamento estadual foi aprovado com base nas condições originais do programa, o que exigiu uma revisão após as alterações promovidas por Lula. O decreto exige que todos os órgãos da administração estadual revisem as programações orçamentárias e apresentem sugestões de cortes à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) em até dez dias.
A dívida de Minas com a União é de R$ 162,5 bilhões. O orçamento aprovado pela Assembleia Legislativa já previa um déficit de R$ 8,6 bilhões para 2025. Com os vetos presidenciais, a projeção é de um aumento de R$ 2 bilhões no déficit. Aliados de Zema defendem que a medida demonstra a postura de austeridade do governador, que reduziu o número de secretarias e não utiliza a residência oficial.
A contenção de despesas é vista como parte da estratégia de Zema para construir uma imagem de gestor responsável, visando as eleições de 2026. O governador tem criticado o aumento do número de ministérios e da máquina pública sob a gestão Lula, buscando um contraste com o governo federal. A medida pode ser usada para estabelecer um “paralelo de responsabilidade” entre sua gestão e a do governo federal, segundo fontes próximas ao governador.
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